O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou, nesta última segunda-feira (15), um aumento para 100 dólares (R$ 487) das bonificações mensais que complementam a renda dos trabalhadores, sem elevar o salário-mínimo, que não chega a 4 dólares (R$ 20).
O último aumento do salário-mínimo foi decretado em 2022, quando equivalia a cerca de 30 dólares (R$ 146). No ano passado, Maduro criou essas bonificações que não impactam nas prestações sociais (férias pagas ou bônus), nem beneficiam os aposentados.
“Os 100 dólares [R$ 487] da renda mínima integral indexada serão 60 dólares [R$ 292] o bônus de guerra econômica, e 40 dólares [R$ 195] o Cestaticket [bônus de alimentação]”, anunciou durante a prestação de contas no Parlamento.
Os aumentos entrarão em vigor a partir de fevereiro, e não serão inclusivos para todos os trabalhadores. O bônus de alimentação é obrigatório por lei, mas o de “guerra econômica” apenas é recebido por quem está registrado no sistema de subsídios do governo.
Os funcionários públicos, que também protagonizaram protestos nesta segunda, exigem que os salários sejam dolarizados, no momento em que o custo da cesta básica supera os 500 dólares (R$ 2.437) por mês.
Especialistas sustentam que o governo não quis aumentar os salários como parte de uma política para reduzir a inflação que fechou 2023 em 189,8%, segundo cifras oficiais, um dado inferior aos 234% registrados no ano anterior e aos 686,4% de 2021, quando o país superou a hiperinflação.
O governo culpa as sanções internacionais pela crise. É “um esforço titânico que estamos fazendo” para esses aumentos, disse Maduro que prometeu mais aumentos no futuro.