O presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que mantém contato com o presidente russo, Vladimir Putin, e que acredita que as negociações são a única saída para a crise na Ucrânia.
“A única maneira de encontrar uma solução [para o conflito] seria por meio de negociações. Não vejo uma opção militar no terreno”, disse Macron, em entrevista à emissora CBS News, neste domingo (4).
O presidente francês compartilhou sua percepção de que Putin sente “ressentimento” em relação ao Ocidente, particularmente aos Estados Unidos e à União Europeia, decorrente da convicção de que o Ocidente busca destruir a Rússia. “Essa nunca foi a perspectiva francesa”, disse Macron, acrescentando que a Rússia e a França compartilham laços culturais e históricos.
“Sempre mantenho discussões regulares e contato direto com o presidente Putin, porque acredito que a melhor maneira de retomar a interação é preservar esse canal aberto”, disse Macron.
No sábado (3), Macron disse ao jornal Le Parisien que planeja conversar com o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, antes das conversas por telefone com Putin.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse no sábado que ainda não há data definida para uma conversa telefônica entre o presidente russo e seu homólogo francês.
Macron fez uma visita oficial aos EUA de 29 de novembro a 2 de dezembro. Ele se encontrou com o presidente dos EUA, Joe Biden, em Washington para discutir a situação na Ucrânia.
O presidente francês disse no sábado que Paris e Washington devem se preparar para facilitar o diálogo entre a Rússia e a Ucrânia.
No início deste ano, Zelensky se recusou a negociar com a Rússia enquanto o presidente Vladimir Putin permanecesse no cargo, mas mudou sua posição mais tarde e estabeleceu condições para iniciar o diálogo em uma declaração em vídeo divulgada em 8 de novembro, logo após relatos na mídia americana de que o governo Biden estava encorajando Kiev em particular a demonstrar sua prontidão para negociar com Moscou.
O Kremlin já destacou que Putin sempre esteve e continua aberto a negociações sobre a Ucrânia, como fica evidente em suas tentativas de iniciar um diálogo com os EUA, a Organização do Tratado do Atlântico norte (OTAN) e a Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), mesmo antes do início das hostilidades.