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quarta-feira 23 de agosto de 2023 às 20:56h

Lula usa programa com apelo eleitoral para atrair PP para a base do governo

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Em meio ao impasse da reforma ministerial, o Progressistas (PP) sinalizou ao governo segundo Andrea Jubé, do jornal Valor, a disposição de assumir o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) fatiado, sem os programas Bolsa Família e Brasil sem Fome. Nesta hipótese, ainda em estudo, a joia da coroa seria o programa Água para Todos, com grande capilaridade no Nordeste e Minas Gerais, e que ainda será lançado.

A proposta está sobre a mesa, e aguarda definição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que retorna neste domingo (27) da viagem à África. Anunciado em abril, o Água para Todos seria lançado pelo presidente no dia 1º de setembro, em Natal, ao lado da governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT). Na mesma data, Lula vai anunciar as obras do Estado incluídas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Na véspera, em 31 de agosto, Lula estará em Teresina, ao lado do titular do MDS, Wellington Dias, para o lançamento do programa Brasil sem Fome.

No entanto, ainda conforme o Valor, embora a visita ao Rio Grande do Norte e o anúncio do PAC local estejam mantidos na agenda, o lançamento do Água para Todos foi adiado, segundo uma fonte do Palácio do Planalto. Se o PP assumir o ministério sem o Bolsa Família, o programa de segurança hídrica poderia ser lançado com Lula no palanque do novo ministro.

Uma influente liderança do PP, que acompanha de perto as negociações, explicou ao Valor por que o partido não aceitaria outro espaço na Esplanada. O primeiro argumento é de que deputados e senadores da legenda pleiteiam uma pasta de orçamento expressivo e com ampla capilaridade, para alocação de emendas e para favorecer a interlocução com prefeitos. “Não adianta ser ministro e não deixar a bancada satisfeita”, comentou a fonte do Progressistas.

Segundo esta mesma fonte, os ministérios da Saúde e do Desenvolvimento Social (que estão com o PT), da Agricultura (que está com PSD), Desenvolvimento e Integração Regional (que está com União Brasil) e Cidades (que está com MDB) seriam os mais atraentes para o PP. Mas Lula adiantou que Saúde e MDS estariam fora da mesa de negociação, ao mesmo tempo em que ele não entraria em rota de colisão com as bancadas já pacificadas, como PSD, União Brasil e MDB.

O MDS tem o segundo maior orçamento da Esplanada, depois do Ministério da Previdência Social. Os valores empenhados para este ano totalizam R$ 261 bilhões, bem à frente dos ministérios da Educação (R$ 134 bilhões) e da Saúde (R$ 117 bilhões). Somente o programa Bolsa Família tem orçamento de R$ 71 bilhões, em valores empenhados.

O desenho sobre a mesa de Lula contempla um MDS desmembrado, em que Bolsa Família e Brasil sem Fome continuariam na cota do PT, sob a condução de Wellington Dias, ou com outro quadro do PT. Um nome cogitado é o da ministra Esther Dweck (Gestão e Inovação).

Segundo esta liderança do PP, mesmo sem Bolsa Família e Brasil sem Fome, o MDS continua atraente, já que o Água para Todos aglutinará todos os investimentos para o setor hídrico, incluindo armazenamento, como barragens, reservatórios, cisternas; distribuição de água, recuperação de rios e mananciais, além de investimentos em saneamento e esgotamento sanitário.

O programa terá forte apelo eleitoral, abertura para o aporte de emendas, e capilaridade, sobretudo junto às populações das regiões Nordeste e norte de Minas Gerais, no Vale do Jequitinhonha, onde a estiagem é mais severa. As lideranças do PP mais alinhadas com Lula estão justamente no Nordeste, como o líder André Fufuca – cotado para assumir o ministério -, que tem como base eleitoral o Maranhão, o relator da reforma tributária na Câmara, Aguinaldo Silva (PP), liderança da Paraíba, e o ex-líder Dudu da Fonte (PP), influente em Pernambuco.

Emissários de Lula acenaram ao PP com a possibilidade da sigla assumir a pasta de Ciência e Tecnologia, no lugar da ministra Luciana Santos (PCdoB), mas o partido rechaçou a oferta. Neste cenário, lideranças do PP insistiram com Lula que não aceitam outro espaço a não ser o MDS. O presidente pediu o prazo de uma semana, em que estará em viagem ao exterior, para refletir.

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