Presidente nacional do Partido Progressistas (PP) e ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL), o senador Ciro Nogueira (PP-PI) afirmou em entrevista a Andréia Sadi, da GloboNews, que vai defender que o candidato da direita à presidência da República, em 2026, se comprometa a anistiar o ex-presidente.
“Eu vou defender que qualquer que seja o candidato, se o Bolsonaro for condenado, se comprometa a anistiá-lo para repor essa injustiça que está sendo cometida contra o presidente”, afirmou Nogueira, em entrevista ao Estúdio I, da Globo News.
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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras 36 pessoas foram indiciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pela tentativa de suposto golpe de estado após a eleição de 2022. O ex-presidente nega e tem até esta quinta-feira (6) para apresentar a sua defesa.
A investigação aponta uma organização estruturada e coordenada para manter Bolsonaro no poder após sua derrota na eleição de 2022. Segundo a PGR, Bolsonaro cometeu os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.
Saída do governo Lula
O PP possui um ministério no governo Lula, com André Fufuca (RJ) no Ministério do Esporte. De acordo com o senador, Fufuca aceitou um convite pessoal de Lula e afirma que o PP “nunca” entrou como base governista.
Existe a possibilidade de o partido desembarcar do governo Lula da Silva (PT). Integrantes do governo temem uma eventual saída do PP arraste outras siglas para fora da gestão Lula 3. O Republicanos e o União Brasil podem seguir o PP.
“Tem aumentado muito a pressão dentro do nosso partido… Não digo nem de desembarcar do governo porque nós nunca entramos. O PP, como partido político, nós nunca tomamos a decisão de apoiar este governo, indicar alguém”, disse Nogueira. “Existe uma pressão da bancada para que eu reúna o partido e tome a decisão”.
Para Ciro Nogueira, ainda de acordo com a entrevista da Andréia Sadi, da Globo News, Lula tomou a decisão de “governar para o seu partido” ao indicar novos ministros do PT para o governo federal e cogitar nome de aliados à esquerda, como Guilherme Boulos (PSOL) e que “não está pensando na maioria da população, de unificar o país, de tentar governar para a maioria”.
O presidente do PP cravou que seu partido não apoiará Lula para uma eventual reeleição em 2026. “Eu acho muito difícil, impossível, que estes quatro partidos estejam com Lula na eleição de 2026. O meu, com certeza não estará”, afirma.
Queda de popularidade de Lula
A chance de o PP deixar o governo cresceu após a virada do ano, sem que uma reforma ministerial ocorresse de forma mais rápida — Lula optou por trocas a conta gotas –, e com a deterioração da aprovação do petista, conforme recentes pesquisas de opinião.