O presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou nesta terça-feira (1º) ter “atropelado” a ministra do Planejamento, Simone Tebet, ao indicar o economista Marcio Pochmann para presidir o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo Lula, Tebet sabe que Pochmann é seu escolhido “há muito tempo”, embora a ministra tenha dito, no dia seguinte ao anúncio, que “agora eu sei o nome dele”.
“A Simone Tebet sabe que o Márcio Pochmann era o meu escolhido há muito tempo. E com muita clareza ela ponderou que era importante terminar o Censo. Terminou o Censo, agora o Marcio Pochmann toma posse como diretor do IBGE”, disse Lula em seu programa semanal “Conversa com o Presidente”.
Críticos da indicação de Pochmann apontavam nele um pensamento muito à esquerda. E, nos bastidores, propagavam temores de que ele manipularia dados oficiais como os da inflação e do PIB, assim como aconteceu na Argentina durante o governo de Cristina Kirchner, entre 2007 e 2015.
Lula, no entanto, defendeu o economista, afirmando que ele é “um dos grandes intelectuais deste país”. E disse que “quem gosta de dados mentirosos caiu fora” do governo, em uma referência ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Não é aceitável as pessoas tentarem criar uma imagem negativa de uma pessoa da qualificação do Márcio Pochmann. Ele é um dos grandes intelectuais deste país, é um rapaz extremamente preparado, e eu confio na capacidade intelectual dele. Algumas pessoas que possivelmente queriam ir para lá ficam colocando dúvida sobre a idoneidade do Márcio Pochmann”, disse.
“Quem tem uma história neste país, como vocês me ajudaram a construir, não vai precisar manipular dados para fazer as coisas neste país. Quanto mais verdadeiros forem os dados, melhor para quem governa”, disse Lula. “Quem gosta de dados mentirosos caiu fora, quem gosta de mentira caiu fora, quem gosta de ‘fake news’ caiu fora. O que nós queremos é os dados como eles são, como foram apurados, com a maior clareza e a maior realidade.”
Lula afirmou que Tebet “não tem nada a ver” com sua decisão de escolher Pochmann, elogiou a ministra como “uma das coisas boas que aconteceram” no seu governo e negou ter brigado com ela.
“A Simone não tem nada a ver com isso. A Simone é uma das coisas boas que aconteceram no meu governo. Ela é de muita qualidade, de muita seriedade e de muito compromisso com esse país”, disse Lula. “Tentaram até inventar briga, ‘porque o Lula passou por cima da Simone, porque o Lula atropelou’. Primeiro, o presidente não atropela. O presidente faz o que tem que fazer. Eu não atropelaria, porque não é o meu jeito de fazer política.”