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O presidente Lula da Silva (PT), tendo ao seu lado os ministros da cúpula do Supremo Tribunal Federal (STF), pelo menos 32 ministros de governo e o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), alinharam-se no palanque das autoridades no desfile cívico-militar deste 7 de setembro no esforço de transmitir uma imagem de democracia e normalidade institucional. As informações são de Andrea Jubé, Júlia Lidner e Mariana Assis, do jornal Valor.
Apesar da crise em torno da demissão do ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, alvo de denúncias de assédio sexual, o principal objetivo de Lula e dos ministros do STF era transformar a cerimônia deste sábado em contraponto ao ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para esta tarde, na Avenida Paulista, que terá como alvo principal o ministro do STF Alexandre de Moraes, em razão de sua recente decisão que ordenou a retirada do ar da plataforma X no Brasil.
Bolsonaro e o pastor Silas Malafaia já anunciaram que Moraes será tratado como “ditador” e “censor” no evento da Paulista. Lideranças do bolsonarismo intensificaram, nos últimos dias, pressão pelo impeachment dele no Senado, enquanto o bilionário Elon Musk, dono do X, aumentou a artilharia contra ele nas redes sociais.
A fotografia do alinhamento das cúpulas dos três Poderes vinha sendo articulada por Lula com as autoridades nos últimos dias. Na primeira fileira do palanque, posicionaram-se próximos de Lula o chefe do Legislativo, Rodrigo Pacheco, o vice-presidente Geraldo Alckmin, o ministro da Defesa, José Múcio, o presidente do STF, Roberto Barroso, e Alexandre de Moraes. Em determinado momento, Lula fez questão de tirar uma foto entre Barroso e Moraes. Também estavam presentes o vice-presidente do STF, Edson Fachin, e o ministro Dias Toffoli.
Um recorte importante foi a presença de Rodrigo Pacheco, também na primeira fila do palanque, ao lado de Lula e dos ministros do STF. Pacheco vem sofrendo pressão de senadores da oposição para dar seguimento a pedidos de impeachment contra Moraes, mas já sinalizou que, por enquanto, não cederá às investidas.
É o segundo evento em que Pacheco aparece ao lado de Moraes desde a polêmica decisão. O primeiro ato foi justamente no dia 30 de agosto, data em que o magistrado suspendeu o funcionamento do X no país, depois que a plataforma descumpriu ordem judicial de indicar um representante legal no Brasil. Três dias depois, a Primeira Turma do STF confirmou, à unanimidade, a decisão de Moraes.
“Pude testemunhar de fato o grande vigor e a importância que teve o ministro Alexandre de Moraes à frente do Tribunal Superior Eleitoral, repito, no momento de muitas dificuldades, em que nossa democracia verdadeiramente correu sérios riscos, isso é inegável”, declarou, na solenidade em que o Ministério Público de São Paulo (MPSP) homenageou Moraes.
Ao final do evento, Barroso afirmou aos jornalistas que a presença dos chefes dos três Poderes no desfile demonstra que o país vive a “mais plena normalidade institucional”, e é um “bom momento para a nacionalidade”.
Em paralelo, o ministro da Defesa, José Múcio, disse acreditar que o ato na Avenida Paulista será pacífico. “Não há problema, tudo tem que ser feito com respeito, democracia pressupõe direito de ser contra com respeito”, observou. Ele disse torcer que seja sem radicalismo. “Dia da Independência tem que ser a vitória da democracia”, ressaltou.
