O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) volta ao Brasil nesta quarta-feira (19) com a missão de definir os espaços que partidos do Centrão, como o Republicanos e o PP, terão no primeiro escalão do seu governo. De acordo com interlocutores do presidente, ele dedicará esta quinta e sexta a encontros com membros do seu núcleo mais próximo para definir o desenho da sua nova composição ministerial.
A partir da próxima semana, segundo Gabiela Sabóia e Sérgio Roxo , do O Globo, Lula começará a debater com líderes partidários os cargos que serão concedidos e a participação exata em cada pasta. A entrada do PP e do Republicanos no ministério de Lula é dada como certa, e a participação de nomes como os dos deputados Silvio Costa Filho e André Fufuca já não é mais segredo entre os nomes mais próximos do presidente.
Na terça, o líder do governo na Câmara, José Guimarães, afirmou que a tese “está consolidada”, após participar de uma reunião do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, com os dois parlamentares. No encontro com Costa Filho e Fufuca, Padilha fez chegar um recado dado por Lula e sinalizou que, dentre os ministérios que são alvos da cobiça do Centrão, apenas a pasta da Saúde está fora de cogitação. A mensagem teria alegrado Costa Filho, que busca a pasta dos Esportes, atualmente com Ana Moser — a quem Lula já garantiu a permanência.
Padilha também sinalizou aos deputados que o governo traça uma nova configuração ministerial para abrigá-los, mas que tem consciência de que isto não irá fazer com que a totalidade das suas bancadas votem de acordo com os interesses do Planalto. Portanto, diante da possibilidade de atrair mais votos dessas legendas, mas ainda sem a perspectiva de aderência total em importantes votações, as negociações precisarão ser feitas com calma, de maneira a não desagradar partidos que já estão na base e temem perder espaços, como o PSB, o MDB e o PSD.
Ao comentar as possíveis trocas, Guimarães afirmou que Lula ainda não bateu o martelo sobre qualquer mudança de comando:
– O presidente não bateu o martelo, não deliberou nada, qual o tamanho, para onde. Cabe ao presidente, que está com todas as fichas do jogo, com base no diagnóstico, fazer as mudanças e indicar quem ele quiser.
Guimarães não quis fazer uma projeção de quantos votos as nomeações podem trazer para o governo na Câmara nem quando as mudanças serão efetivadas.