O presidente Lula da Silva (PT) recebeu segundo o jornal O Globo o ministro da Defesa, José Mucio e os comandantes das Forças Armadas para reunião no Palácio da Alvorada.
Ainda segundo a nota, Lula recebeu, por intermédio do ministro Múcio, o general Tomás Paiva, do Exército; almirante Marcos Olsen, da Marinha; e o brigadeiro Marcelo Damasceno, da Força Aérea Brasileira (FAB).
Um dos principais temas do encontro, segundo interlocutores dos participantes, foi sobre a proposta do governo de estabelecer uma idade mínima de 55 anos para que os militares passem para a reserva — como é chamada a previdência da categoria.
O governo ainda não enviou ao Congresso Nacional o projeto que pretende fazer alterações para os militares que entrarem na reserva.
No caso da idade mínima, há questões em aberto que precisam ser equacionadas pela Defesa. Nas Forças Armadas, graduados e oficiais são promovidos automaticamente a cada interstício de sete anos. Hoje, a idade média de transferência para a reserva varia está em torno de 52,5 anos. Exigir mais três anos precisará fazer ajustes na lei de promoção dos militares para evitar um empoçamento de coronéis e suboficiais em um mesmo posto ou graduação.
Neste momento, técnicos da Fazenda e da Defesa discutem as regras de transição.
A reunião de Lula com a cúpula das Forças Armadas e com o ministro da Defesa também ocorre dias depois de a Polícia Federal (PF) indiciar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e 36 pessoas por planejarem um golpe de Estado. Mais da metade dos indiciados é composta por pessoas que são ou já foram militares: 24.
Segundo integrantes do governo, os indiciamentos não estariam na pauta inicial da reunião do presidente com os comandantes, embora esse tema pode ter ser abordado, mas foi extremamente fechado, com somente os cinco.