O ex-presidente Lula decidiu cobrar partidos e parlamentares do Congresso a avaliarem um possível pedido de impeachmente contra Jair Bolsonaro por crime de responsabilidade ao vetar a possibilidade de compra da vacina chinesa contra coronavírus.
O imunizante produzido em parceria com o Instituto Butantan, de São Paulo, estava na lista de compra do Ministério da Saúde, com previsão de entrega de 46 milhões de doses no fim do ano, mas foi retirado do carrinho de compras do SUS por ordem de Bolsonaro. Para Lula, a decisão do presidente de rejeitar a vacina por questões ideológicas é motivo para cassaçã de mandato.
“Se a sociedade, os partidos e os parlamentares, precisavam de um motivo para discutir o impeachment, Bolsonaro acaba de cometer um crime contra a Nação ao dizer que não vai comprar a vacina e desrespeitar um instituto da seriedade do Butantan e toda a comunidade científica”, diz Lula.
“Se Bolsonaro não acredita na eficácia da vacina, ele que não tome. Mas o papel de um presidente da República é possibilitar que o povo tenha a vacina a sua disposição. Se faltava crime de responsabilidade, essa foi a maior irresponsabilidade de um presidente que já vi”, afirma o petista.
Abraçado aos maiores partidos do Parlamento, Bolsonaro não terá um segundo de preocupação com a pregação de Lula, mas a bandeira do impeachment volta na oposição justamente no momento em que a disputa eleitoral nos municípios se intensifica.
Até aliados de Bolsonaro admitem segundo a coluna Radar da revista Veja, que o presidente se colocou numa posição complicada ao posar de inimigo da vacina no momento em que a população global anseia pelo produto. Eleitoralmente, o capital político do presidente também poderia perde força com a nova confusão envolvendo a estratégia de Saúde do governo contra a pandemia.