A defesa do ex-presidente Lula ingressou com um pedido no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) para bloquear as contas da Metha, empresa que sucedeu a construtora OAS. O objetivo do petista é reaver a exata quantia de R$ 815.344,30, pagos por um apartamento na cidade do Guarujá e centrais para a sua condenação em 2017.
A ação, apresentada na Vara Cível do TJ-SP, é em nome do espólio de Marisa Letícia, a ex-esposa de Lula. O argumento é que a Metha é sim parte do grupo econômico da OAS (atualmente em recuperação judicial) e que esta tem sim responsabilidade em honrar as dívidas da construtora.
“A ausência de boa-fé é tamanha e o comportamento contraditório é tão evidente, bastando notar que no último mês, aliás, a Metha propagou, em nome do Grupo OAS, um pedido público de ‘Desculpas e Compromissos Futuros’”, escreveu a defesa, capitaneada por Cristiano Zanin Martins.
A compra do imóvel ocorreu ainda enquanto Lula estava no governo. De acordo com os autos, até 2009, o casal Marisa e Lula haviam pago parcelas do apartamento, mas a entrega não havia ocorrido nem quando a OAS assumiu o empreendimento, ainda naquele ano.
Foi por causa deste imóvel que Lula foi condenado em três instâncias, entre 2017 e 2018. Sergio Moro condenou o petista a nove anos e seis meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, por suspeitas de que teria recebido pagamentos do esquema de corrupção na Petrobras por meio do imóvel. A condenação foi anulada pelo STF no ano passado.