Na reunião ministerial sobre infraestrutura promovida na última sexta-feira (3) no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu a seus auxiliares que ampliem o diálogo com o Congresso Nacional, para que deputados e senadores direcionem suas emendas parlamentares às obras estruturantes administradas pelo Executivo.
O governo tem uma relação instável com o Legislativo, que nos últimos anos ganhou poder sobre o Orçamento. Na semana passada, Lula precisou entregar a presidência da Caixa a um indicado do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em troca de governabilidade.
Aos ministros, Lula voltou a pedir celeridade na entrega de obras, e prometeu viajar pelo País a partir de dezembro para inaugurar projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e unidades habitacionais do Minha Casa, Minha Vida. No primeiro semestre, o presidente priorizou viagens ao exterior com o objetivo de reinserir o Brasil no cenário internacional.
Com as inaugurações, a ideia é trazer marcas concretas à gestão Lula 3 que possam ser utilizadas não somente nas eleições de 2026, mas na disputa municipal do ano que vem.
A entrada de celulares na reunião foi proibida. O encontro foi descrito à Coluna como a apresentação de um balanço por parte de cada chefe da Esplanada. De acordo com relatos, Rui Costa apresentou a execução orçamentária de cada ministério.
Foram convocados a participar os ministros Rui Costa (Casa Civil), Fernando Haddad (Fazenda), Jader Filho (Cidades), Renan Filho Transportes), Waldez Goés (Desenvolvimento Regional), Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), Alexandre Silveira (Minas e Energia), Juscelino Filho (Comunicação) e Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação), além do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Paulo Pimenta.
O debate central nos bastidores do governo, a provável mudança na meta fiscal, ficou de fora da reunião ministerial. Como mostrou a Coluna, o Palácio do Planalto está rachado sobre a melhor maneira de concretizar a mudança da meta de déficit zero, defendida por Haddad mas rechaçada por Rui Costa, em uma disputa fratricida que tem como pano de fundo a sucessão política de Lula.