O presidente Lula da Silva (PT) participa nesta sexta-feira (6) da Cúpula do Mercosul em Montevidéu, no Uruguai. O encontro do grupo acontece em meio à expectativa de fechar o acordo entre o bloco e a União Europeia.
Após mais de 25 anos de negociações, o acordo pode ser, enfim, concluído. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, chegou ao Uruguai nessa quinta-feira (5) para acompanhar a reunião do bloco sul-americano.
🔎Se entrar em vigor, o acordo entre os dois blocos será o maior tratado de livre comércio do mundo, englobando 32 países, com 780 milhões de pessoas. Países mais protecionistas, como a França, se posicionaram contra o avanço das negociações.
Formado inicialmente por Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela — suspensa das atividades desde 2016 —, o Mercosul terá nesta sexta a primeira reunião desde a entrada da Bolívia como Estado parte.
Na avaliação da equipe de Lula, conforme apurou o blog do jornalista Valdo Cruz, o entendimento entre os dois blocos econômicos chegou à fase final e já permite a assinatura do tratado (entenda mais no vídeo abaixo).
Presença europeia
A viagem de Ursula von der Leyen ao país sul-americano era dúvida até poucos dias. Para a comunidade internacional, a presença, ou ausência, da líder era vista como um “sinal” sobre a posição da Europa a respeito do acordo.
Nesta quinta, Ursula von der Leyen postou em uma rede social que já tinha chegado ao continente e que a conclusão das negociações estava “à vista”. O presidente Lula também tem dado declarações nos últimos dias na direção de que o acordo será, enfim, fechado.
A expectativa é que o tratado entre em vigor mesmo com a oposição da França – que tentou inviabilizar o entendimento porque teme que os produtores rurais franceses percam mercado para os produtos vindos do Mercosul.
Pelo lado do Mercosul, o texto do acordo já foi fechado em termos técnicos – e, agora, depende da aprovação dos presidentes de todos os países-membros.
Nos últimos meses, o bloco sul-americano encontrou o caminho aberto para o andamento das negociações após o presidente argentino, Javier Milei — que no início do mandato era visto como um inimigo da proposta, mudar de posição.
Visita ao Uruguai
Na quinta-feira (5), Lula desembarcou no Uruguai e visitou o ex-presidente uruguaio José “Pepe” Mujica em sua tradicional chácara em Montevidéu. O petista também se encontrou com o presidente da Bolívia, Luis Arce.
“A pessoa mais extraordinária que conheci”, declarou Lula. Na ocasião ele condecorou Mujica com uma honraria do governo brasileiro.
Lula e Mujica compartilham uma trajetória de amizade e afinidade ideológica. Ambos são identificados com o campo progressista da política.
Reconfiguração política
A política regional passa por um momento de reconfiguração entre os países do Mercosul, que também se irradia para os demais fóruns regionais da América do Sul.
A Argentina, chefiada por Javier Milei, um político de direita que é adversário regional de Lula, vai assumir a presidência do bloco sul-americano pelos próximos seis meses.
Milei, que preside o segundo país mais importante do bloco, alardeia desde sua campanha eleitoral, em 2023, que não acredita no Mercosul como instrumento para impulsionar o desenvolvimento regional. Essa visão é oposta à de Lula, que entende que um bloco econômico forte é um fator crucial para que os países membros se fortaleçam diante do mundo.
Presença europeia
A viagem de Ursula von der Leyen ao país sul-americano era dúvida até poucos dias. Para a comunidade internacional, a presença, ou ausência, da líder era vista como um “sinal” sobre a posição da Europa a respeito do acordo.
Nesta quinta, Ursula von der Leyen postou em uma rede social que já tinha chegado ao continente e que a conclusão das negociações estava “à vista”. O presidente Lula também tem dado declarações nos últimos dias na direção de que o acordo será, enfim, fechado.
A expectativa é que o tratado entre em vigor mesmo com a oposição da França – que tentou inviabilizar o entendimento porque teme que os produtores rurais franceses percam mercado para os produtos vindos do Mercosul.
Pelo lado do Mercosul, o texto do acordo já foi fechado em termos técnicos – e, agora, depende da aprovação dos presidentes de todos os países-membros.
Nos últimos meses, o bloco sul-americano encontrou o caminho aberto para o andamento das negociações após o presidente argentino, Javier Milei — que no início do mandato era visto como um inimigo da proposta, mudar de posição.
Lula é caloroso com Biden, Macron, Meloni e Xi Jinping, e frio com Milei
Por outro lado, a mudança na presidência do Uruguai pode alterar o equilíbrio de forças no continente, porque fortalece a posição de Lula regionalmente. Recém-eleito, Yamandú Orsi é um político de esquerda.
Eleição de esquerdista no Uruguai dá novo aliado para Lula; veja correlação de forças no continente
Um dos principais trunfos que a eleição de Yamandú traz para Lula é ter uma parceria mais próxima nos assuntos do Mercosul.
O bloco foi tema de conversa entre Lula e Yamandú em 29 de novembro, durante visita do uruguaio a Brasília. O Brasil foi o país escolhido para a primeira visita oficial do chefe de Estado após a eleição.
Na ocasião, Orsi ressaltou a importância de concluir o acordo comercial com a UE, pauta que Lula também defende.
“Como Mercosul e como região, somos otimistas com a possibilidade de seguir estreitando laços com outras regiões, fundamentalmente com a Europa”, declarou Orsi ao lado de Lula.
O atual presidente uruguaio, Luis Lacalle Pou, é simpático ao Mercosul mas, por ser um político de direita, tem menos em comum com o petista do que Yamandú.