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quinta-feira 25 de agosto de 2022 às 11:57h

Lula no Jornal Nacional: Deboche de apresentadores preocupa mais que Lava Jato

NOTÍCIAS, POLÍTICA


Lula pretende focar suas respostas no impacto da economia na vida do brasileiro —fazendo comparação de números atuais com os registrados nos seus governos (2003-2010). A campanha petista espera que ele responda a possíveis perguntas sobre corrupção e Lava Jato com tranquilidade —é o tom de deboche que já apareceu em sabatina que preocupa a equipe.

  • As entrevistas são feitas pelos apresentadores William Bonner e Renata Vasconcellos, a partir das 20h30 e duram 40 minutos.
  • Na última segunda (22), a sabatina foi com o presidente Jair Bolsonaro (PL).
  • Na terça (23), com Ciro Gomes (PDT).
  • Simone Tebet (MDB) vai participar amanhã (26).
  • A ordem foi estabelecida por sorteio.

Foco na economia: Como tem feito em seus discursos, entrevistas e propagandas eleitorais, Lula pretende focar suas falas principalmente na economia. O ex-presidente tem insistido em uma comparação entre a gestão de Bolsonaro e seus oito anos de governo.

Munido com dados —como preço de alimentos, comparação de câmbio, número de desempregados e pessoas abaixo da linha da pobreza—, Lula buscará puxar as respostas para essa direção. O PT avalia que, nesse tema, ele consegue se comunicar de forma mais direta e eficiente com o eleitor médio.

A ideia é também apresentar o retorno de programas bem-sucedidos na gestão petista, como Bolsa Família e Minha Casa, Minha Vida. Bolsonaro não deve ser citado nominalmente, mas seu governo será criticado.

Lava Jato, prisão e acusações: Parte da preparação do ex-presidente inclui questões referentes à Operação Lava Jato e sua prisão, em Curitiba, entre 2018 e 2019. Lula quer responder com naturalidade às perguntas —vai lembrar que o ex-juiz Sergio Moro (União Brasil) foi considerado parcial e os processos, anulados.

Em caso de questionamento de escândalos de corrupção no governo petista, ele vai defender mecanismos criados em seu governo, como o Portal da Transparência, além de cutucar Bolsonaro ao falar que, na gestão petista, a Polícia Federal era independente e a lista tríplice na escolha da PGR (Procuradoria Geral da República) era respeitada.

Estes assuntos, na avaliação do PT, já não devem ser o centro da pauta, como foram no passado —mas, quando forem evocados, o ex-presidente deverá destacar o que sua equipe chama de “problemas do dia a dia do brasileiro”, ou seja, a renda.

Deboche preocupa: Não é bem o conteúdo das perguntas, mas a forma como elas serão feitas que mais chama atenção do PT para a entrevista. Se o partido considera que Lula já está remediado para os assuntos que devem surgir na sabatina, os preparadores do candidato se preocupam com o tom de deboche —durante a entrevista com Bolsonaro, houve comentários sobre o comportamento de Bonner.

Na terça, apoiadores de Bolsonaro reclamaram nas redes sociais que os jornalistas foram mais amistosos com Ciro Gomes.

A expectativa é que Lula responda às perguntas de forma cordial e até bem-humorada, se possível. Aliados não sabem, no entanto, como o ex-presidente deve reagir caso o apresentador o trate com a ironia com que tratou o atual presidente.

Sem belicismo: A campanha avalia que, embora já tenha passado por muitas entrevistas ao vivo na TV aberta, Lula deve se preparar para não cometer excessos —por exemplo, evitar qualquer fala mais bélica contra a TV Globo, pela qual já não tem grandes simpatias.

O ex-presidente já participou de duas sabatinas no mesmo formato no próprio JN durante as campanhas de 2002 e 2006, mas não vai a esse tipo de evento desde antes da prisão, em 2018 —e suas últimas aparições no canal antes da liberdade não foram exatamente positivas.

Quando fala da prisão, em seus discursos, o petista costuma lembrar das “mais de cem horas que o Jornal Nacional” o chamou de ladrão “repetidamente”. Os aliados o aconselharam a não citar essa conta.

Quem ganhou? A falta de questões sobre economia foi um dos principais desapontamentos da campanha petista na entrevista de Bolsonaro.

Ávida pela comparação, a equipe de Lula lamentou que dados como o retorno do Brasil ao Mapa da Fome da ONU (Organização das Nações Unidas), com mais de 33 milhões passando fome, não tenham sido abordados entre as perguntas feitas ao presidente.

Embora tenha havido cobranças por parte dos entrevistadores, a cúpula petista avaliou que o programa focou em polêmicas, mas deixou brecha para falar em “projetos e problemas reais do país”.

Dessa forma, o PT diz publicamente ver uma derrota de Bolsonaro na entrevista —mas nos bastidores avalia mais como um empate.

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