A entrevista do presidente Jair Bolsonaro ao Jornal Nacional na segunda-feira (22) está sendo encarada na campanha de Luiz Inácio Lula da Silva como uma espécie de parâmetro e até de antídoto para a aparição de hoje do petista na TV.
Embora o ex-presidente esteja prevendo adotar um tom mais pacificador, sem mágoas ou vingança pela cobertura que o programa fez da operação Lava Jato, existe uma tensão no entorno do presidente quanto a eventuais perguntas sobre os escândalos de corrupção nos governos petistas.
Por isso, os aliados de Lula já formularam um discurso para a reação a essas perguntas, que vem sendo testado nas conversas com jornalistas e em alguns perfis nas redes sociais.
Um desses aliados resumiu o argumento: “Não estamos preocupados com perguntas sobre corrupção. Quem tem que se preocupar são Bonner e Renata. Se não falaram de rachadinha com o Bolsonaro, também não esperamos que façam perguntas sobre corrupção para o Lula”.
Ou seja: se o desempenho do presidente na entrevista não for bom nesse tema, seus aliados poderão alegar que ele foi perseguido, como já fez no passado.
A avaliação sobre o resultado da entrevista também deve nortear os próximos passos do petista, como a decisão de comparecer ou não ao debate que um pool de veículos de imprensa está promovendo para ser exibido na rede Bandeirantes.
O ex-presidente tem dito que quer ir ao debate, mas alguns coordenadores da campanha ainda são contra. Dizem que ele Lula só deve ir se Bolsonaro for, mas também querem esperar para ver a repercussão da entrevista. De seu lado, o presidente da República também afirma que só vai se Lula for.