Segundo o GLOBO, na complexa montagem do primeiro escalão do governo Lula, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) virou uma dor de cabeça a mais para o petista.
Em meio ao impasse, o nome do ex-ministro Armando Monteiro, que já comandou o Mdic na gestão de Dilma Rousseff, passou a ser considerado a opção mais provável.
Na conversa entre Lula e Wongtschowski, segundo ambos relataram a pessoas próximas, ficou claro que a visão do empresário para o Desenvolvimento seria muito diferente da de Lula.
O empresário considera importante, por exemplo, reforçar iniciativas de abertura comercial e manter sob o controle da iniciativa privada atividades como a produção de energia e o refino de combustível.
Esta é a terceira tentativa de Lula de atrair um nome de peso do PIB para o Mdic, que será recriado no próximo governo. Hoje, as funções do ministério estão sob o comando da Economia, de Paulo Guedes.
Na semana passada, quem recusou o convite de Lula foi Josué Gomes da Silva, filho do ex-vice-presidente José Alencar e presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), mais influente entidade empresarial do país.
Como O GLOBO revelou, Gomes embarcou para uma viagem com a família para o exterior e só volta ao Brasil em janeiro. Ele deixa o país em meio à crise que enfrenta no comando da Fiesp
Um dos fatores que pesou na escolha de Josué foi o fato de ele não ter preparado uma sucessão para o comando da Coteminas, grupo empresarial que ele dirige e que passa por dificuldades financeiras.
O fator sucessão também foi utilizado pelo presidente da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Benjamin Steinbruch, outro nome sondado para o ministério, para recusar a sondagem.
Embora ninguém admita publicamente, outro motivo tem influenciado nas sucessivas recusas – o fato de Lula ter escolhido Aloizio Mercadante para presidir o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).