Na avaliação do colunista Kennedy Alencar, do UOL, as sinalizações do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a área da economia indicam que será ele mesmo que irá tomar as principais decisões desta área em seu terceiro mandato.
Até o momento Lula sinalizou com a indicação de Fernando Haddad para o ministério da Fazenda, do ex-ministro Aloizio Mercadante para assumir a presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), do presidente da Fiesp Josué Gomes para o ministério da Indústria e Comércio e de Luiz Marinho para o ministério do Trabalho.
“Ele que manda mesmo e será o comandante da economia. Está muito claro e o mercado sabe disso”, disse Kennedy no programa Análise da Notícia ao falar sobre o poder de Lula nas decisões econômicas em seu terceiro mandato.
“Lula entende de economia muito mais do que ele entendia quando assumiu em 2003. É natural, aprendeu como presidente e ele se sente hoje muito mais apto a ter discussões de detalhes econômicos”, completou.
Entretanto, apesar de enxergar o futuro mais presidente mais preparado para tratar de assuntos econômicos do que em seus mandatos anteriores, Kennedy chamou a atenção para uma tensão que Lula está criando com o mercado financeiro ao fazer as indicações de Mercadante e dizer para Haddad, seu futuro ministro da Fazenda, que deve escutar mais o presidente do que o próprio mercado para assuntos econômicos.
“Ele está tensionando de graça com o mercado. Não precisa fazer isso porque o Lula é muito melhor para o mercado financeiro e para a economia brasileira do que o Bolsonaro seria. No entanto, ele está um pouco olhando para trás com esse discurso de campanha e me parece um erro porque ele cria uma tensão que é desnecessária”.