O presidente Lula da Silva (PT) vai aparecer a partir desta sexta-feira (16) nas redes sociais de candidatos do PT e de partidos aliados às prefeituras e Câmaras municipais com um discurso na linha “nós contra eles”. Pelo calendário estabelecido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o dia 16 de agosto marca o início da campanha.
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“Quando voltamos ao governo federal, encontramos quase tudo desmontado por quem estava lá antes de nós”, diz o presidente no vídeo que foi gravado no último sábado (10) na sede do PT, em Brasília. Sem citar o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Lula afirma, ainda, que seus adversários “espalharam armas de morte ao invés de entregar livros e remédios”, dando um tom nacional à corrida pelas prefeituras.
Desde dezembro de 2023, quando o PT fez uma conferência eleitoral, Lula tem dito que as disputas deste ano, apesar de municipais, serão uma espécie de terceiro turno entre ele e Bolsonaro.
“Vocês sabem que estamos trabalhando muito para reconstruir o País”, observa agora o presidente na gravação que estreia nas mídias digitais de candidatos petistas e aliados nesta sexta-feira (16) e poderá entrar no rádio e na TV a partir do próximo dia 30, quando começa a propaganda eleitoral gratuita.
“Programas importantes para o povo, como a Farmácia Popular e o Minha Casa Minha Vida e o Mais Médicos, estavam parados. Não tinha recurso para a merenda escolar, os hospitais e as estradas. Espalharam armas de morte ao invés de entregar livros e remédios. Mas, aos poucos, estamos colocando o País no rumo outra vez”, destaca Lula no vídeo.
Ao pedir votos para concorrentes do PT e de partidos com os quais fez aliança, ele volta a recorrer ao discurso da polarização para enfrentar o bolsonarismo. “Porque a gente não pode permitir que o ódio e a mentira continuem a reinar neste País”, insiste.
Pela primeira vez em sua história, o PT não terá candidato próprio à Prefeitura de São Paulo. Na capital paulista, o partido apoia Guilherme Boulos (PSOL), tendo como vice Marta Suplicy, que administrou a cidade de 2001 a 2004 e retornou às fileiras petistas em fevereiro, após nove anos de afastamento.
O PT terá candidato próprio em apenas 13 capitais. Nos municípios com mais de 100 mil eleitores, dará apoio para 84 nomes de outros partidos, entre os quais PSB, MDB, e PSDB. A lista também inclui legendas do Centrão, como União Brasil e Republicanos, que ocupam ministérios no governo Lula.
Na prática, desde o impeachment da então presidente Dilma Rousseff, em 2016, o PT vem perdendo prefeituras. Administra hoje 265 em todo o País. Deste total, somente quatro são no Estado de São Paulo (Araraquara, Diadema, Mauá e Matão) e nenhuma em capital.