O candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, fez nesta quinta-feira um ato no centro de Maceió, a única capital do Nordeste onde o presidente Jair Bolsonaro (PL) venceu no primeiro turno. Em cima de um trio elétrico, ele estava acompanhado do governador afastado de Alagoas, Paulo Dantas, candidato à reeleição, e do senadores Renan Calheiros e Renan Filhos, todos do MDB. A carreata partiu da Praça do Martírio, onde fica sediado o palácio do governo estadual.
Logo na sua primeira declaração, Lula pediu votos a Dantas e acusou Bolsonaro de “não mandar um tostão” para o estado por rixa política com prefeitos e governadores que não são seus aliados.
— Não pode ter um presidente que fica brigando com os prefeitos e governadores — declarou o ex-presidente, com a voz bem rouca, depois de uma maratona de comícios no Rio de Janeiro, Aracaju e Salvador.
Em um discurso de 30 minutos, Lula fez um ato de desagravo ao governador afastado e disse que “jamais deixaria um companheiro no meio do caminho”. — Até me disseram: não vai para Alagoas porque tem um candidato sob judice. Condenar você para não ser candidato é o mesmo erro que fizeram comigo— disse o petista.
Alvo de mandados de busca e apreensão autorizados pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), na última terça-feira, Dantas é investigado pela Polícia Federal por um suposto esquema de desvios de recursos da Assembleia Legislativa de Alagoas — ele era deputado estadual até maio deste ano, quando foi eleito indiretamente ao cargo de governador após a renúncia de Renan Filho (MDB) para disputar o Senado. Os fatos sob apuração teriam ocorrido entre 2019 e 2022.
Lula também contestou a decisão judicial que mirou Dantas e questionou: —Quem tem interesse que você não seja candidato?
A militância respondeu com gritos de “Lira, Lira”. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), apoia a candidatura do adversário de Dantas, Rodrigo Cunha (União).