O candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, participou nesta terça-feira (11) de caminhada pelo bairro da Areia Branca, em Belford Roxo (RJ), na Baixada Fluminense. A agenda prevê ainda um ato de campanha em um clube no bairro de Heliópolis, à noite.
Conforme o g1, Lula volta à Baixada Fluminense após um rearranjo da campanha petista na região e no estado do Rio de Janeiro.
Ao longo da caminhada, nem Lula nem os outros políticos em cima do carro usavam o tom vermelho característico do PT. Como publicou o blog da Andréia Sadi, a campanha incorporou uma sugestão da senadora Simone Tebet (MDB) para tentar reduzir o impacto da rejeição associada ao partido.
Lula e a esposa Rosângela da Silva, a Janja, usaram camisas brancas no ato – mesma cor adotada por apoiadores como o deputado estadual André Ceciliano (PT) e o prefeito de Belford Roxo, Waguinho (União). Entre os apoiadores, fora do carro, havia ainda bandeiras e trajes vermelhos.
Reposicionamento da campanha
Entre outras mudanças, nos últimos dias, o PT fluminense passou a contar com a participação do prefeito da capital, Eduardo Paes (PSD), e do prefeito de Belford Roxo, Waguinho, que também preside o União Brasil no Rio.
No estado, terceiro maior colégio eleitoral do país, Lula foi derrotado pelo candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL). A diferença foi de quase um milhão de votos entre os candidatos. Bolsonaro teve 51,09% dos votos válidos, e Lula, 40,68%.
Militantes e aliados do ex-presidente atribuem a derrota no estado, entre outros pontos, a uma subestimação da força bolsonarista no Rio e à falta de identificação do eleitor de classe média e pobre com a chapa petista.
Durante o primeiro turno, também foram feitas críticas à concentração de compromissos de Lula em áreas nobres da capital. Fora desse eixo, o petista participou apenas de um compromisso em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
Nessa região, como mostrou o blog do jornalista Octavio Guedes, o presidente da Assembleia Legislativa do estado do Rio de Janeiro, André Ceciliano (PT), avaliou que o crescimento do eleitorado evangélico e o foco da campanha adversária nesse perfil de eleitor também influenciaram.
No primeiro turno, Lula foi derrotado em todos os 13 municípios que fazem parte da Baixada Fluminense. A região representa 22,3% do eleitorado fluminense, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Bolsonaro liderou em todas as cidades com mais de 50% dos votos.
Para reverter a vantagem de Bolsonaro, a campanha atraiu o apoio de Waguinho, apontado como um dos maiores cabos eleitorais do estado.
Daniela do Waguinho, esposa do prefeito, foi a deputada federal eleita com o maior número de votos no Rio. Márcio Canella, outro aliado de Waguinho, figurou como o líder de votos na disputa à cadeira na Assembleia Legislativa.
A expectativa da campanha petista é que o apoio contribua para a diminuição da dianteira do candidato à reeleição no estado.
Ao blog do jornalista Octavio Guedes, Ceciliano afirmou que, para evitar eventuais ameaças, tem pedido a prefeitos da região que não declarem apoio explícito a qualquer um dos candidatos.
“Estamos pedindo neutralidade. Já conversei com todos os prefeitos da Baixada. Mas tudo no sapatinho”, disse, mencionando que Waguinho sofreu ameaças após declarar apoio a Lula.