O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um balanço das viagens que fez à Arábia Saudita, Catar, Emirados Árabes Unidos e Alemanha nos últimos dias. Ele participou do programa Conversa com o Presidente desta terça-feira (5), direto de Berlim. “Nós conseguimos vender as coisas boas que têm para serem vendidas, aqui, no exterior. Eu, por exemplo, ontem (4), acho que fiz a melhor reunião da história da relação do Brasil, quando eu era presidente, com a Alemanha. Foi uma reunião muito produtiva, com muitos ministros, todos participaram ativamente”, ressaltou. Participaram do programa os ministros Fernando Haddad, da Fazenda; Rui Costa, da Casa Civil; Carlos Fávaro, da Agricultura e Pecuária; Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar; Luciana Santos, da Ciência, Tecnologia e Inovação; Luiz Marinho, do Trabalho e Emprego; Marcio Macedo, da Secretaria-Geral da Presidência da República; Esther Dweck, da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos; Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, além de Aloizio Mercadante, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e Márcio Rosa, secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Segundo Haddad, a percepção durante a viagem é de que o Brasil tem vantagens competitivas num mundo que está com problemas sociais e ambientais. “Nós passamos por Riade, por exemplo, os árabes confirmaram a intenção de continuar investindo no Brasil. O senhor sabe que fizeram um aporte grande de recursos para exploração de minerais críticos, e agora confirmaram que vão atingir US$ 10 bilhões em investimentos em empresas e projetos de infraestrutura no Brasil”, destacou.
O ministro da fAzenda lembrou, ainda, que durante a Conferência do Clima das Nações Unidas (COP 28), em Dubai, no Emirados Árabes Unidos, o Brasil foi celebrado, inclusive com a apresentação de programas com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para financiamento da transição ecológica no Brasil, e que o chanceler da Alemanha, Olaf Schult, garantiu que haverá uma rodada de investimentos industriais alemães no Brasil. “O chanceler deixou claro: vai voltar uma onda de investimentos alemães no Brasil para gerar empregos, inclusive industriais. Não só na geração de energia limpa, na exploração de minérios críticos, mas também na produção manufatureira, e isso é uma grande notícia para o País”.
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, enfatizou que a comitiva brasileira contou com a participação de um grupo de empresários e que o governo brasielrio apresentou o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) aos investidores estrangeiros. “Nós tivemos a oportunidade de nos reunir em Abu Dhabi (EAU), em Riade, em Dubai, no Catar, e aqui, na Alemanha, com todos os fundos de investimentos, agentes de fomento, e também promover a apresentação do PAC em detalhes para que eles entendam o ritmo e a força de um PAC que pretende licitar algo em torno de 370 bilhões de dólares”.
Na área de agricultura, o ministro Carlos Fávaro lembrou que neste ano, o Brasil abriu 72 novos mercados e que os empresários da Arábia Saudita, que já vinha fazendo investimentos na agropecuária brasileira, comprando participação em empresas, agora querem investir em grãos, fibras e infraestrutura. Fávaro destacou, ainda, que o país vai aumentar a produção agrícola sem desmatar as florestas. “Nós temos as pastagens degradadas, nós vamos investir numa conversão de pastagem para intensificar. Mas reprimir, de forma muito forte, o desmatamento ilegal no Brasil”, garantiu o ministro.
Já em ciência e tecnologia, a ministra Luciana Santos informou que o Brasil está fazendo uma parceria com o Vietnã para desenvolver e fazer semicondutores na fábrica da Ceitec, no Rio Grande do Sul. “Vamos buscar um nicho do mercado que será o setor automotivo e o setor energético que vai precisar muito de chip para a gente poder continuar liderando essa transição energética”, explicou.
No balanço da viagem, Aloizio Mercadante ressaltou a assinatura de R$ 10 bilhões de recursos novos para o BNDES, sendo R$ 5 bilhões com o Banco Mundial para hidrogênio verde. “Esses dez bilhões de reais vão ajudar a gente a ter mais recursos para poder cumprir e manter esse crescimento. Vamos anunciar, ao voltar para o Brasil, pelo menos 20 bilhões de reais de recursos novos do BNDES” informou Mercadante.