Lula (PT) afirmou em coletiva na noite desta última terça-feira (30) que eleições fraudadas que mantiveram Nicolás Maduro e seus aliados no poder provam a existência de democracia na Venezuela.
O petista havia sido questionado sobre sua declaração de que denúncias sobre violação de direitos humanos no país caribenho seriam uma “narrativa”.
“Não é possível que não tenha um mínimo de democracia na Venezuela”, afirmou o presidente citando resultados eleitorais de Maduro e de seu antecessor, Hugo Chávez.
Entidades independentes, como a Freedom House, e mesmo a Organização dos Estados Americanos, maior ente internacional do continente, e a União Europeia denunciam fraude em eleições na Venezuela desde 2018, pelo menos.
Lula também afirmou que “quem vai ajudar a Venezuela é a própria Venezuela”, apesar do regime oprimir seu próprio povo com perseguição política e tortura.
O presidente também distorceu os fatos ao afirmar que o Alto Comissariado do Direitos Humanos da ONU, então sob a tutela da chilena Michelle Bachelet, apenas recomendou a criação de escritórios para apurar possíveis violações na Venezuela.
Entretanto, o petista omite o fato de que a própria missão independente do Alto Comissariado publicou informe em 2020 apontando 223 casos e denuncias de execuções extrajudiciais, tortura e falta de equidade judicial.