O presidente Lula (PT) está ansioso e, em alguns momentos, demonstra estar até triste, diz a colunista Mônica Bergamo, da Folha, com as condições em que tem hoje que governar o Brasil.
Auxiliares e ministros que despacham com frequência com Lula dizem que os momentos em que ele deixa transparecer maior decepção são aqueles em que percebe as diversas limitações que tem para fazer valer a sua vontade —hoje maiores do que em seus dois mandatos anteriores.
Nos primeiros dois mandatos, o petista governou com aliados de primeira hora no comando do Parlamento, tinha ascendência sobre o Banco Central, que ainda não era independente, e gozava de uma popularidade incontrastável que o ajudou a superar diversas crises.
Cinco meses depois de assumir o terceiro mandato, ele já sofreu derrotas no Parlamento, comandado por Arthur Lira (PP-AL), e não consegue, por exemplo, fazer com que o Banco Central baixe os juros.
Nem mesmo a escolha do próximo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) tem sido um passeio, como foi em governos anteriores.
Lula estaria, de acordo com assessores próximos, vivendo um paradoxo: se elegeu com ambições maiores do que as que tinha em eleições anteriores e determinado a, desta vez, não fazer tantas concessões como as que teve que fazer anteriormente para governar
Porém, ele tem hoje muito menos poder.
As aflições de trabalho contrastam com seu momento pessoal, de felicidade em que, como diz, está cada vez mais apaixonado pela mulher, Rosângela da Silva, a Janja.