O senador João Capiberibe (PSB) disse nesta terça-feira (17) que o ex-presidente Lula está ‘tranquilo, mas indignado’. Capiberibe fez parte do grupo de onze senadores que visitaram o petista em sua cela no prédio-sede da Polícia Federal em Curitiba, base da Operação Lava Jato. Lula cumpre pena de 12 anos e um mês de reclusão no processo do famoso triplex do Guarujá.
“O Lula está tranquilo, mas indignado com sua situação e com distorções que têm sido publicadas sobre ele”, disse Capiberibe. “Mas ele reiterou que continua acreditando na Justiça.”
A visita dos senadores durou cerca de duas horas. Eles chegaram à PF por volta de 14h10. Deixaram o local às 16hs.
Primeiro, o grupo percorreu as instalações da carceragem da PF, onde estão outros 20 prisioneiros, parte deles réus da Lava Jato – como o ex-ministro Antônio Palocci (Fazenda e Casa Civil/Governos Lula e Dilma) e o empreiteiro Léo Pinheiro, da OAS, ambos ex-amigos de Lula que perante o juiz Sérgio Moro incriminaram o ex-presidente.
Os senadores contaram que Lula não reclama tanto do isolamento. “(a rotina) não é muito diferente da vida que eu levava nos últimos anos, passava o dia em casa com a Marisa (morta em fevereiro de 2017) vendo TV”, teria dito Lula aos senadores.
Em sua ‘sala especial’, no último andar do prédio da PF, o petista dispõe de uma TV, autorizada pelo juiz Sérgio Moro.
João Capiberibe informou à saída que vai preparar um relatório da vistoria realizada na Custódia da PF e na cela de Lula. Segundo os senadores, os presos da Custódia – que fica isolada do ex-presidente – ‘consideram boas as condições das celas’.
“Como preso político é preciso rever esse isolamento a que foi colocado o Lula”, anotou Capiberibe. “Vou fazer relatório sobre o que foi visto e sobre o que conversamos. Na próxima semana devemos votar isso na comissão.”
Lindbergh Farias (PC do B/RJ) disse que Lula terminou de ler um livro de autoria do sociólogo Jessé de Souza e, agora, deu início à leitura de ‘Omo Deus’, de Yuval Noah Harari;
A senadora Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, classificou a situação de Lula como ‘regime de exceção’ pelo fato de a Justiça não ter autorizado o ex-presidente receber ‘a visita dos amigos’.