Como presidente eleito, Lula usará sua primeira agenda em Brasília segundo a colunista Bela Megale, do O Globo, para fazer um gesto de trégua e conciliação para o Judiciário.
O petista usará seu encontro com a presidente do Supremo Tribunal federal (STF), Rosa Weber, e o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, para mostrar que vai estabelecer uma relação oposta àquela cultivada por Bolsonaro, marcada por crise permanente e flerte com o rompimento institucional. As agendas estão marcadas para a tarde desta quarta-feira (9), segundo informou o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin.
Lula tratou desse tema em reuniões com aliados e conselheiros da área jurídica na última segunda-feira. Um dos pontos abordados foi que, na conversa com os ministros, o presidente eleito afastará qualquer ideia de revanchismo relacionada à Lava-Jato e à sua prisão e vai mostrar que isso “ficou no passado”. O objetivo da agenda é mostrar que sua preocupação é olhar para frente e fazer o país avançar.
A principal mensagem que o petista quer passar com o encontro é a de reaproximação das instituições e o restabelecimento da normalidade entre os poderes. A avaliação é que depois dos sucessivos embates provocados por Bolsonaro, há disposição de ministros do STF em dialogar na busca de um ambiente harmônico.
A gestão de Bolsonaro foi marcada por conflitos constantes estimulados pelo presidente em relação aos ministro do STF, em especial, Alexandre de Moraes. Bolsonaro chegou a apresentar um pedido de impeachment do magistrado, que foi arquivado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).