À frente na corrida pelo Palácio do Planalto, os dois principais candidatos na disputa, o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), escolheram locais simbólicos segundo Jeniffer Gularte, Jussara Soares, Camila Zarur e Fernanda Trisotto, do O Globo, para o ponta pé inicial da campanha eleitoral. Enquanto Bolsonaro vai a Juiz de Fora, local onde diz ter renascido após ser alvo de uma facada em 2018, Lula escolheu iniciar a campanha na porta de uma fábrica em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, seu berço político.
A agenda do petista, contudo, sofreu uma alteração de última hora por motivos de segurança. A ideia da campanha era visitar uma fábrica pela manhã e outra à tarde, mas a primeira foi cancelada devido a falta de tempo hábil para execução dos procedimentos de verificação pela equipe da Polícia Federal. Ficou mantida apenas a ida à fábrica da Volkswagen do Brasil.
À noite, Lula estará em Brasília para a solenidade de posse do ministro Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Por ser ex-presidente, o petista foi convidado para a solenidade e decidiu comparecer para passar a mensagem de respeito e prestígio às instituições, como mostrou a colunista Bela Megale. A cerimônia deve marcar o primeiro encontro público entre o petista e Bolsonaro.
Além da visita de Lula a uma fábrica, o PT programou para esta terça-feira mobilizações de ruas, com caminhadas e bandeiraços em todos os estados. Para os próximos dias, também estão agendados comícios do candidato petista nos maiores colégios eleitorais do país: na quinta-feira em Minas Gerais, no sábado no Anhangabaú, em São Paulo, e em data a ser definida, no Rio de Janeiro.
‘Renascimento’
A campanha de Bolsonaro também começará em um local com significado sentimental para o candidato. Em seu primeiro compromisso oficial como candidato à reeleição, Bolsonaro pretende discursar hoje no local exato em que sofreu um atentado a faca há quase quatro anos, em Juiz de Fora (MG).
Segundo aliados do presidente, a ideia de voltar à cidade tem o objetivo de tentar reavivar a comoção que marcou a corrida eleitoral naquele ano. Além disso, Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral, é uma das prioridades da campanha para reconquistar eleitores e se aproximar de Lula na corrida eleitoral.
Bolsonaro deverá discursar de improviso em um trio elétrico no ponto exato onde foi atingido por Adélio Bispo dos Santos, o autor da facada, preso desde então. Apesar disso, foi orientado que é importante fazer um pronunciamento mais sentimental e de fé, agradecendo por ter sobrevivido, além de exaltar ações de seu governo.
— É uma data marcante tanto para a vida dele e para a campanha. Então nada melhor do que o local em que ele “renasceu”. É um lugar simbólico e onde ele também precisa virar a eleição — disse o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, um dos coordenadores da campanha
A cena da facada também deve ser usada nos programas de televisão, que começam a ser veiculados no dia 26. A equipe da campanha vai captar imagens do discurso de hoje para os programas eleitorais.
Ciro e Simone
O presidenciável do PDT, Ciro Gomes, começa oficialmente sua campanha ao Planalto com uma caminhada em Guaianases, distrito na Zona Leste de São Paulo. O distrito foi escolhido por ser uma região que concentra moradores de baixa renda. Objetivo da equipe do pedetista é divulgar o programa de transferência de renda do presidenciável, uma das apostas para conquistar o voto dos beneficiários do Auxílio Brasil.
Depois, ainda nesta terça-feira, Ciro seguirá para Brasília, onde participará da posse do ministro Alexandre de Moraes na presidência do TSE ao lado dos outros candidatos.
Além de Ciro, a candidata do MDB, Simone Tebet, também escolheu a capital paulista para iniciar a campanha. Pela manhã, ela participará de uma reunião com representantes da cultura, em Pinheiros, e depois vai almoçar na praça de alimentação de um shopping da região. À tarde, ela viaja a Brasília. Segundo a candidata, embarcará em um voo de carreira para acompanhar a posse do ministro Alexandre de Moraes no TSE.