O ex-presidente Lula, candidato do PT à Presidência da República, afirmou nesta segunda-feira (10) que, anunciado o resultado da eleição, termina a disputa, acrescentando que “não tem mais bolsonarista ou lulista” e que “quem ganhou, governa, quem perdeu, chora”.
Lula deu a declaração ao conceder entrevista à Rádio Tupi, do Rio de Janeiro, e foi questionado sobre como pretende lidar com apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) caso vença a disputa pelo Palácio do Planalto.
“Ganhando a eleição, quem ganhou, toma posse e vai governar. Quem perdeu, vai lamentar e se preparar para outra eleição. Foi assim que fiz em 1989, 1994 e 1998. Ou seja, a eleição termina no dia 30. A hora que fechar a urna e anunciar, terminou. Não tem mais bolsonarista ou lulista, flamenguista ou vascaíno, corintiano ou palmeirense. Numa sociedade civilizada, disputa da forma mais democrática possível, briga pelo seu candidato, luta pelo seu candidato, acabadas as eleições, tem o resultado. Quem ganhou, governa. Quem perdeu, chora. É assim. Simples assim”, afirmou.
O segundo turno está marcado para o próximo dia 30. No primeiro turno, Lula obteve 57 milhões de votos (48,4%), e Bolsonaro, 51 milhões de votos (43,2%).
Ao todo, Lula e Bolsonaro receberam cerca de 108 milhões de votos (91,6%). Desde o fim do primeiro turno, os dois candidatos têm buscado apoios de parlamentares eleitos e reeleitos, governadores eleitos e reeleitos, partidos, setores da sociedade e políticos que disputaram a Presidência no primeiro turno.
Postura nos debates
Lula também foi questionado nesta segunda-feira sobre qual postura deve adotar diante de Bolsonaro nos debates do segundo turno.
Ao entrevistador, Lula disse que não haverá “baixo nível” nem “jogo rasteiro” por parte dele. O jornal “O Globo” informou que Bolsonaro buscará “irritar” Lula durante os debates.
“Eu vou para os debates da forma que sempre participei de debate. Participei de debate com o Serra, com o Alckmin, com o Fernando Henrique Cardoso. Eu vou debater da forma que tem que ser um debate, duas pessoas apresentando propostas na televisão, uma pessoa questionando a outra. Eu quero saber o que ele fez, dizer o que eu fiz e fazer uma comparação entre os dois governos para que o povo possa avaliar quem tem mais possibilidade de governar o Brasil. É assim que vou para o debate”, declarou Lula.
“Agora, eu de vez em quando vejo o presidente aparecer na televisão meio nervoso, meio boquirroto, xingando as pessoas. Quer dizer, da minha parte não haverá baixo nível nem jogo rasteiro. Da minha parte, quando eu estiver falando na frente da televisão, eu estarei falando com você, seu com seu filho, com seu neto, com seu empregado, estarei falando com as pessoas”, acrescentou.