O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira (4), em pronunciamento na Alemanha, que espera que os países cumpram os acordos celebrados e as promessas feitas durante a Conferência do Clima (COP 28) em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, no último fim de semana.
Lula vem cobrando em fóruns internacionais que os países ricos cumpram as metas climáticas estabelecidas no Acordo de Paris – e que financiem os projetos dos países pobres no mesmo sentido.
Nesta segunda, o presidente brasileiro citou acordos ambientais anteriores, como o Protocolo de Quioto de 1992 e o Acordo de Paris, de 2016, como exemplos de promessas não cumpridas.
“Por isso, nós vamos discutir no G20 a necessidade e importância de a gente rediscutir a governança global”, disse Lula. O Brasil assumiu no último dia 1º a presidência do G20, que reúne as maiores economias globais.
“Para que a gente possa tomar decisão, sobretudo na área ambiental, e ter certeza de que as decisões serão colocadas em prática, e não acontecer o que aconteceu no Protocolo de Quioto, que até hoje não foi assumido. No Acordo de Paris, que até hoje não foi assumido. E eu espero que as decisões de Dubai sejam assumidas por que, se não, nós estamos brincando de enganar o planeta Terra”, continuou.
Entre as decisões tomadas na COP 28, está a destinação de cerca de US$ 420 milhões para apoiar países afetados pelo aquecimento global.
O valor é considerado tímido por especialistas, mas a decisão é considerada histórica. O fundo receberá os seguintes aportes:
- 246 milhões de dólares da União Europeia (1,2 bilhão de reais),
- 100 milhões de dólares dos Emirados Árabes Unidos (493,4 milhões de reais)
- 17,5 milhões de dólares (86,3 milhões de reais) dos Estados Unidos.
“O planeta Terra está nos dizendo: ‘Não brinque comigo. Eu já superei muita adversidade, muitas explosões, muitos meteoros, muitas intempéries, mas eu não posso mais suportar o desaforo e a desinteligência do ser humano em não tratar bem o habitat natural'”, prosseguiu Lula.
O presidente brasileiro deu as declarações em um pronunciamento após reunião em Berlim com o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz.