Em recuperação de uma cirurgia no quadril e uma nas pálpebras, o presidente Lula da Silva (PT) deve manter nesta semana os despachos do Palácio da Alvorada e permanecer longe do Planalto.
Desde o dia 29 de setembro, quando se submeteu aos procedimentos, Lula tem tido contato com ministros apenas por telefone e videoconferência. Agora, ele está liberado pelos médicos para receber visitas. Não ainda, porém, confirmações de reuniões com seus auxiliares.
Nesta semana, além de cuidar das questões relativas ao conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas, o presidente terá que decidir segundo Sérgio Roxo, do O Globo, se veta ou sanciona o projeto de lei do marco temporal das terras indígenas.
Há um movimento no núcleo central do governo pelo veto parcial. Os ministérios do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas já defenderam, em pareceres enviados à Casa Civil, o veto total ao texto que estabelece que podem ser demarcadas apenas terras que estavam ocupadas no dia 5 de outubro de 1988, data da promulgação da constituição.
Lula tem intercalado sessões de fisioterapia com uma rotina de trabalho restrita. Até mesmo assessores mais próximos ficaram sem acesso ao petista, que passou a dar ordens e despachar apenas por telefone.
Na segunda-feira da semana passada, Lula participou pela primeira vez de uma reunião do governo, mas de maneira remota. Na ocasião, apareceu na videoconferência com ministros de óculos escuros, que escondiam o resultado da blefaroplastia a que foi submetido. O procedimento consiste na retirada do excesso de pele da pálpebra, o que pode causar inchaço na região.
Na quinta-feira, a assessoria do Planalto divulgou a primeira foto de Lula depois da cirurgia. Ele usava óculos de grau enquanto conversava com o presidente de Israel, Isaac Herzog.