O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu boas vindas aos presidentes da América do Sul enfatizando a necessidade de união entre os países da região. Ele disse segundo Alice Cravo e Eliane Oliveira, do O Globo, que a integração entre as nações é resultado da redemocratização.
— ‘Deixamos que as ideologias nos dividissem — afirmou.
— Entendemos que a integração é essencial para fortalecimento da América Latina. Uma América do Sul forte, confiante e politicamente organizada amplia as possibilidades de afirmar no plano internacional uma verdadeira identidade latino americana e caribenha — afirmou.
O presidente ressaltou que é importante que todos olhem coletivamente para a região. Ele defendeu o que chamou de redefinição para uma visão comum, para que sejam relançadas ações concretas para o desenvolvimento sustentável, a paz e o bem estar dos povos sul-americanos.
— O que nos reúne hoje em Brasília é o sentimento de urgência de voltar a olhar coletivamente para a nossa região.
Unasul
Lula lembrou que a ideia de convocar a primeira cúpula de presidentes da América do Sul, as distintas posições políticas e ideológicas daquele momento não impediram que os países encampassem a ideia de futuro compartilhado e de construção de confinaça mútua. O evento foi realizado no ano 2000.
Ele mencionou a União de Nações Sul-Americanas (Unasul), criada há 15 anos, mas que o Brasil abandonou no governo Jair Bolsonaro. Disse que, graças à entidade, a Unasul, permitiu que os países da região se conhecessem melhor.
— Consolidamos o nossos laços por meio de amplo diálogo político, que acomodaram as diferenças e permitiram identificar denominadores comuns. Implementamos iniciativas de cooperação em áreas como saúde, infraesturutra, e defesa. Essa integração também contribuiu para ganhos comerciais importantes. Formamos uma robusta área de livre comércio, cujas cifras alcançaram valor recorde de US$ 124 bi em 2011.
A Unasul, destacou Lula, foi efetiva como fórum de solução de controvérsia entre países da região. O presidente citou como exemplos uma crise entre Colômbia e Equador, e no conflito separatista boliviano.
— Obtivemos resultados expressivos na redução do desmatamento e dos ilíciots transnacionais. Estimulamos o diálogo e a cooperação para fazer chegar a milhões de sul americanos de forma efetiva os benefícios da cidadania.
O encontro, que está sendo chamado de ‘refúgio’ por Lula e outros integrantes do governo brasileiro, servirá como palco de debates, com direito a queixas e exposição de divergências políticas e econômicas. O objetivo final é que, em algum momento, os presidentes comecem a discutir uma agenda comum para a América do Sul.
A programação conta com uma fala inicial de Lula e de cada líder, seguidas por um almoço e uma reunião mais informal. Do Itamaraty, os chefes de Estado seguirão para o Palácio da Alvorada, onde Lula e Janja oferecerão um jantar.
Apenas a presidente do Peru, Dina Boluarte, não estará presente, pois está impedida de deixar o país. Porém, ela enviou um representante de alto nível para o encontro.