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quarta-feira 26 de julho de 2023 às 10:16h

Lula conversará com PP e Republicanos após deixar hospital sobre reforma ministerial

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta última terça-feira (25) que ainda não conversou “com ninguém” sobre os rumos de sua primeira reforma ministerial, apesar de ter dado aval para um acordo político com o Centrão, grupo ligado ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Segundo interlocutores, ainda que as negociações tenham avançado pouco, Lula deve dedicar seus próximos dias a conversas com líderes de PP e Republicanos, partidos que formalizaram interesse de assumir cargos na Esplanada.

Segundo enan Truffi, Fabio Murakawa e Marcelo Ribeiro , do jornal Valor, apuraram que o presidente da República pode se reunir, ainda esta semana, com nomes como Hugo Motta (Republicanos-PB) e Marcos Pereira (Republicanos-SP), ambos deputados federais e líderes do Centrão. Este último também acumula o cargo de presidente nacional do Republicanos. Por outro lado, ainda não está claro se as negociações com o PP serão feitas diretamente com Lira ou por meio de outros caciques.

Lula em “live” semanal: “O Lula não conversa com o Centrão. O Lula conversa com os partidos políticos individualmente. […] O Centrão não existe” — Foto: Reprodução TV Brasil

Lula comentou o assunto durante sua “live” semanal nas redes sociais. Segundo ele, o governo não está conversando com “o Centrão”, mas, sim, “com partidos” porque esta entidade “não existe”. “Eu não conversei com ninguém. O Lula não conversa com o Centrão. O Lula conversa com os partidos políticos individualmente. Eu posso conversar com o PP, eu posso conversar com o União Brasil, com os partidos que são da base. Mas eu não reúno o Centrão. O Centrão não existe”, disse.

Apesar da retórica adotada agora, Lula sempre se referiu ao Centrão como um grupo homogêneo. Na campanha presidencial, em 2022, o petista adotava, inclusive, tom crítico contra o bloco e prometia “dar um jeito” nos parlamentares dessa ala. Passado o período eleitoral, no entanto, o petista tenta ajustar o discurso. “Eu não quero conversar com o Centrão. Eu quero conversar com o PP, com o Republicanos, com o PSD, com o União Brasil. É assim que a gente conversa”, defendeu na “live”.

Nessa terça, Lula teve uma reunião fechada com o ministro da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Alexandre Padilha (PT), para tratar justamente da “dança das cadeiras” que o governo terá de fazer para abrir espaço para o bloco partidário de Lira. No Palácio, já é dada como certa a entrada dos deputados André Fufuca (PP-MA) e Sílvio Costa Filho (Republicanos-PE) no governo, embora os ministérios que eles ocuparão ainda não tenham sido definidos pela cúpula.

Sobre isso, Lula mandou um recado ao dizer que quem irá bater o martelo sobre os cargos é próprio governo, não as legendas. “Não é o partido que quer vir para o governo que escolhe o ministério. Quem escolhe o ministério é o presidente da República. Nós vamos discutir isso nos próximos dias”, afirmou o presidente. Por fim, Lula reconheceu que o objetivo da negociação com o bloco é “dar tranquilidade ao governo nas votações” que serão prioridades para o Executivo.

O Centrão, por sua vez, avalia que Lula, apesar de estar comprometido com as mudanças ministeriais, colocou o tema em banho maria e espera sua “maturação” nas próximas semanas para concluir a reforma ministerial.

Na avaliação do grupo, o presidente faz isso como forma de conseguir mais tempo para explicar aos petistas a entrada do bloco na base do governo, já que o próprio Lula sempre foi crítico do Centrão. Neste sentido, o bloco também vê um aceno de Lula ao seu eleitorado quando ele torna pública a suposta imposição de “limites” ao Centrão, como fez na “live” dessa terça-feira ao negar que irá deixar que PP e Republicanos escolham os cargos que irão assumir.

Além disso, lideranças do grupo têm minimizado o fato de o presidente ainda não ter contatado Lira para uma nova conversa sobre a reforma. Isso ocorre, na avaliação deles, para poder esvaziar “um pouco” os superpoderes do presidente da Câmara. Ao descentralizar as conversas, o mandatário busca ampliar sua influência sobre as legendas sem ter o alagoano como “um interlocutor onipresente”.

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