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quarta-feira 7 de fevereiro de 2024 às 14:24h

Lula comete gafe e quase chama Eduardo Paes de Sérgio Cabral

NOTÍCIAS, POLÍTICA


O presidente Lula da Silva (PT) cometeu uma gafe durante evento no Rio de Janeiro e quase chamou o prefeito da cidade, Eduardo Paes (PSD), pelo nome do ex-governador Sérgio Cabral (MDB). Em seu discurso, o chefe do Planalto chegou a chamar o aliado pelo primeiro nome do ex-governador, condenado na operação Lava Jato.

“Os projetos que o Sérgio….que o Eduardo apresentou são pertinentes. Eu não sei se vou atender todos, mas pode ficar certo que uma boa parcela deles a gente vai atender”, disse Lula.

O erro arrancou segundo Italo Nogueira e Camila Zarur, da Folha, riso de Paes, que estava sentado atrás de Lula. A cena foi registrada na transmissão ao vivo do evento.

Cabral, Paes e Lula já foram aliados no passado. O ex-governador comandou o estado do Rio entre 2007 e 2014. Em seu primeiro mandato, teve forte aliança com o presidente. Os dois apoiaram juntos Paes na primeira eleição dele à prefeitura da capital fluminense.

O ex-governador foi preso em 2016 sob acusação de cobrar 5% de grandes contratos de sua gestão. Ele ficou seis anos preso e responde em liberdade a mais de 30 ações penais e acumula 375 anos de prisão de pena nas sentenças já proferidas.

Cabral e Lula ainda não se encontraram desde a saída do ex-governador da prisão. Mas já se falaram por meio de interlocutores.

Já Paes tenta manter sua relação com Cabral apenas no passado. No ano passado, em uma visita de Lula ao Rio, para anunciar investimentos ao Porto Maravilha, o prefeito apagou o ex-governador de uma foto que foi exibida em um vídeo institucional do evento.

Na imagem original, apareciam Lula, Paes e Cabral durante o lançamento do projeto, em 2009. No vídeo exibido em 2023, o ex-governador foi cortado e o fundo da foto, desfocado para mascarar a edição.

Lula está no Rio desde esta terça-feira (6) para anunciar o início de obras e investimentos na área da educação e saúde. A gafe aconteceu no evento de inauguração da escola que ficará no lugar da Arena 3, no Parque Olímpico, zona oeste do Rio.

Paes também discursou. O prefeito defendeu a importância do legado da Olimpíada de 2016 no Rio. Em nenhum momento, fez menção a Cabral, que chegou a admitir no passado que comprou, por US$ 2 milhões, votos para trazer os jogos olímpicos à cidade.

No discurso, Paes apenas se limitou a dizer que, embora tenham entregado um evento esportivo histórico, o Brasil “perdeu a oportunidade” de ser unir como nação.

“A gente estava no auge de todas as nossas crises”, afirmou.

Lula elogia Paes, critica Crivella e ataca Bolsonaro

Durante o evento, Lula elogiou o Paes, pré-candidato à reeleição para a prefeitura, alfinetou o antecessor no cargo, Marcelo Crivella (Republicanos), e fez novos ataques ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

“Eu queria terminar fazendo justiça ao companheiro Eduardo Paes. Eu converso com muitos prefeitos. Aqui do Rio de Janeiro, eu conheci muita gente. Eu quero dizer para vocês que vocês têm um prefeito especial. Eu não estou dizendo que alguém tem que gostar dele ou não, ninguém tá querendo casar. O que a gente gostaria é que vocês respeitassem a diferença entre o prefeito que vocês tiveram há pouco tempo atrás e o trabalho que ele voltou à prefeitura”, disse ele.

Paes e Crivella mantém distância, mas o atual prefeito tem evitado críticas diretas ao antecessor para garantir o apoio do Republicanos à sua reeleição.

Ele voltou a atacar Bolsonaro, assim como fez nos eventos de terça-feira (6), na Baixada Fluminense:

“Agora um problema eu confesso para vocês, eu vou morrer sem entender o que aconteceu nas para presidente em 2018. Porque o Brasil não merecia eleger uma praga de gafanhoto para dividir esse país”.

Na terça-feira, em Belford Roxo, o petista deixou de lado sua promessa de cessar os ataques ao antecessor e chamou Bolsonaro de maluco, aloprado e ignorante.

No mesmo dia, Lula trocou afagos com o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) —repetindo a estratégia que fez na semana passada, quando também fez acenas a outro governador próximo do ex-mandatário, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo.

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