O assassinato Marcelo Arruda (PT), que era guarda municipal e dirigente petista de Foz do Iguaçu, no Paraná, mudou a postura de Lula sobre como o ex-presidente encara segurança. Segundo a colunista Bela Megale, do O Globo, o tema continua a ser um dos assuntos que mais irritam o petista, que avalia que a segurança de sua campanha é um fator de esfera privada e não deve ser tratado publicamente. Lula também tem dito a aliados que não quer que essa questão seja abordada com “alarmismo” e defende que a política paute as agendas. Para ele, a segurança é que deve e adequar ao seus compromissos.
A visão do ex-presidente, no entanto, diverge de parte considerável dos petistas, que vê a necessidade de abordar o tema da segurança publicamente, em meio à crescente tensão eleitoral e violência política.
Um do focos de debates entre Lula e alguns aliados costumam ser eventos de grandes proporções de sua campanha. Integrantes do partido defendem que a realização de encontros maiores aconteçam em “ambientes controlados”, com segurança reforçada e garantia de que a presença majoritária será de simpatizantes do petista. Essa ala também insiste que, em atos de maiores dimensões, haja sempre a separação entre Lula e os populares, por meio de um palco ou outras barreiras físicas, como grades.
Lula, no entanto, não acata esse formato em boa parte de suas agendas. Na Bahia, por exemplo, participou de um grande cortejo pelas ruas de Salvador no início de julho ao lado do vice Geraldo Alckmin. Mas conforme apurou o #Acesse Política, mais de 80 homens, entre policias federais, policiais civis e policiais militares, além de militares, fizeram a segurança com círculos em raios, ou seja, Lula estava protegido mais que um chefe de estado, além de usar colete aprova de bala e drones disfarçados de imprensa monitorarem todos os perímetros das ruas onde Lula passou em Salvador no 2 de Julho.