Lula citou a ditadura e ressaltou que a entrega do Prêmio Camões ao compositor e escritor Chico Buarque representa uma vitória da democracia. O presidente disse que a cerimônia de hoje “corrige um dos maiores absurdos cometidos contra a cultura brasileira”, registra Mariana Durães e Lucas Borges Teixeira, do Uol.
O que aconteceu
O petista entregou o Prêmio Camões ao compositor e escritor Chico Buarque em Lisboa, que tinha sido concedido ao brasileiro em 2019. O título, no entanto, foi vetado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que se recusou a assinar o documento que chancelava a premiação.
Sem citar Bolsonaro, Lula disse que “o ataque à cultura em todas as suas formas” foi parte de um projeto que a “extrema-direita” tentou implementar no Brasil, mas que “a democracia venceu”.
O presidente também ressaltou que “o obscurantismo e a negação das artes” foram marcas do totalitarismo e das ditaduras “que censuraram o próprio Chico no Brasil e em Portugal”.
“Esse prêmio é uma resposta do talento contra o censura, do engenho contra a força bruta”, disse Lula.
Criado em 1988, o Prêmio Camões de Literatura visa homenagear a autora ou autor de língua portuguesa que tenha “contribuído para o enriquecimento do patrimônio literário e cultural” do idioma.
É uma satisfação corrigir um dos maiores absurdos cometidos contra a cultura brasileira nos últimos tempos. Digo isso, porque esse prêmio deveria ter sido entregue em 2019, e não foi. Todos nós sabemos por quê. O ataque à cultura, em todas as suas formas, foi uma dimensão importante do projeto que a extrema-direita tentou implementar no Brasil. Se hoje estamos aqui é porque, finalmente, a democracia venceu no Brasil.Lula
Em seu discurso, Chico Buarque disse que valeu a pena a espera de 4 anos e agradeceu Bolsonaro pela “rara fineza” de “não sujar o diploma” de seu Prêmio Camões.
“Quatro anos de um governo funesto, duraram uma eternidade. Foi um tempo em que o tempo parecia andar para trás”, disse Chico Buarque