A retomada da indústria naval brasileira e da exploração de gás e petróleo foi anunciada nesta segunda-feira (17) pelo presidente Lula da Silva (PT), durante a apresentação da segunda licitação do Programa de Renovação da Frota Naval do Sistema Petrobras, no Terminal de Angra dos Reis (Tebig), no Rio de Janeiro (RJ). No evento, foram assinados protocolos de intenções para o reaproveitamento de plataformas da Petrobras que estão em fase de desmobilização, além da publicação de um edital de licitação para a aquisição de oito navios gaseiros para a Transpetro.
“A Petrobras é do Brasil e tem a vocação de ajudar no desenvolvimento do país”, afirmou o presidente Lula durante a cerimônia. Ele destacou ainda que o valor da empresa para o país “está na industrialização, na pesquisa, na geração de emprego e no quanto ela traz de retorno para o povo brasileiro. O Brasil e a Petrobras mostraram que podemos competir com qualquer engenharia do mundo e que, quanto mais forte for a Petrobras, mais forte será o Brasil”.
O ministro Silvio Costa Filho ressaltou a importância do Fundo da Marinha Mercante para impulsionar a indústria naval e o desenvolvimento do setor. “Por meio do Ministério de Portos e Aeroportos, vamos investir mais de R$ 10 bilhões, com recursos do Fundo da Marinha Mercante, para estimular a indústria naval e fortalecer esse setor, fundamental para a economia brasileira”, afirmou.
Também participaram da cerimônia o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin; o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira; a presidente da Petrobras, Magda Chambriard; e o presidente da Transpetro, Sérgio Bacci, entre outras autoridades.
Fortalecimento da indústria naval
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, ressaltou a importância da companhia para o desenvolvimento do Brasil, destacando o papel da Lei do Pré-Sal no crescimento da cadeia de petróleo e gás no país e garantindo que o reaquecimento da indústria nacional será conduzido com uma transição energética justa.
“A Petrobras é responsável pelo fornecimento de 31% de toda a energia primária consumida no Brasil e estamos projetando o futuro da companhia até 2029, com mais de 10 plataformas de grande porte, das quais sete já estão contratadas. Tudo isso é resultado de políticas públicas implementadas por meio da Lei do Pré-Sal. A expectativa é que essas iniciativas impulsionem a geração de empregos e ampliem a participação da indústria brasileira no setor naval e offshore”, afirmou.
Para o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a retomada da Petrobras representa a recuperação da soberania brasileira, o fortalecimento da indústria nacional e a reindustrialização do país, com segurança energética. “O Brasil utiliza seus recursos naturais de forma sustentável. Precisamos aproveitar essa riqueza nacional para gerar emprego e renda em todo o país”, disse.
Renovação da frota
A licitação para o Programa de Renovação da Frota Naval do Sistema Petrobras, assinada nesta segunda-feira (17), é pública e internacional, composta por dois lotes, que não podem ser vencidos pelo mesmo estaleiro ou consórcio. A concorrência permite a participação de todos os estaleiros que atendam aos critérios técnicos e econômicos estabelecidos no edital.
Um dos lotes da licitação contempla cinco navios, sendo três embarcações com capacidade de 7 mil metros cúbicos e duas de 14 mil metros cúbicos. Esses gaseiros serão do tipo pressurizado, destinados ao transporte de GLP (gás de cozinha) e seus derivados. O outro lote prevê a aquisição de três navios com capacidade de 10 mil metros cúbicos, do tipo semi refrigerado. Como diferencial, essas embarcações também poderão transportar amônia, um produto que atualmente não é movimentado pela Transpetro. A entrada dessas novas embarcações permitirá a ampliação da carteira de serviços da companhia.
As empresas interessadas terão um prazo de 90 dias para apresentar suas propostas. Segundo o cronograma, o primeiro navio deverá ser lançado em até 30 meses após a formalização do contrato. Os demais serão entregues sucessivamente a cada seis meses.
Os futuros gaseiros serão até 20% mais eficientes em termos de consumo, proporcionarão uma redução de 30% nas emissões de gases de efeito estufa e estarão aptos a operar em portos eletrificados.