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sexta-feira 23 de junho de 2023 às 09:00h

Lula alfineta Macron e diz que carta da União Europeia “ameaça” Mercosul

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Em Paris, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) classificou como “ameaças” as restrições impostas em documento adicional enviado pela União Europeia (UE) ao Mercosul, para garantir a concretrização do acordo de livre comércio entre os dois blocos. Ao lado do presidente da França, Emmanuel Macron, Lula pediu tratados internacionais “mais justos”, diz Ana Flávia Castro, do Metrópoles.

Foto: Presidência da República

Lula participa da Cúpula para um Novo Pacto Financeiro Global, em Paris, nesta sexta-feira (23). Mais tarde, ele será recebido por Macron em um almoço de trabalho, no Palácio Eliseu, a nova residência do presidente francês. O líder europeu é uma das vozes mais duras em relação ao tratado.

“Os acordos internacionais tem que ser mais justos. Eu estou doido para fazer um acordo com a UE, mas não é possível a carta adicional que foi feita pela UE, não permite que se faça um acordo. Nós estamos fazendo uma reposta, e vamos mandar uma reposta, mas é preciso que a gente começa a discutir”, declarou.

“Não é possível que a gente tenha uma parceria estratégica e haja uma carta adicional fazendo ameaças a um parceiro estratégico. Como vamos resolver isso?”, prosseguiu.

Em viagem à Europa esta semana, o mandatário brasileiro tenta costurar um apoio para o andamento do tratado, emperrado há duas décadas. Em coletiva de imprensa nessa quinta (22), Lula chamou o documento de “inaceitável” e prometeu debater o assunto com o presidente francês.

Acordo Mercosul-UE

Em negociação há pelo menos 20 anos, a concretização do tratado comercial é uma das apostas do petista para o terceiro mandato. No entanto, esbarra em entraves impostos por nações do bloco europeu, principalmente relacionados à proteção ambiental.

O acordo de livre comércio está em negociação desde 1999, e foi assinado 20 anos depois, no início da gestão de Jair Bolsonaro (PL). O documento, porém, ainda não foi ratificado; logo, não entrou em vigor.

Para que isso ocorra, o texto precisa ser aprovado pelos parlamentares de todos os países-membros dos dois blocos econômicos, além de passar por procedimentos internos de ratificação. Caso seja concluído, o documento criará a maior zona de livre comércio no mundo.

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