Além de acelerar a liberação de emendas parlamentares e a distribuição de cargos de segundo e terceiro escalões, o presidente Lula deve mudar a composição do ministério a fim de conquistar mais apoio parlamentar na Câmara, especialmente de deputados que são do Centrão e estão sob influência direta do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL).
O desenho da mudança ministerial ainda não está definido. Mas, segundo Daniel Pereira, da Veja, se depender do presidente Lula (PT), haverá neste momento apenas uma ou duas trocas pontuais, com o objetivo de aumentar a influência da Câmara na Esplanada e aproximar o governo da bancada do União Brasil. O problema é que o Centrão acha essas trocas insuficientes. Lira, por exemplo, quer que legendas como PP e Republicanos também ganhem pastas — e pastas com capilaridade nacional e orçamentos bilionários.
Nos bastidores, os partidos do Centrão dizem que substituir a ministra do Turismo, Daniela Carneiro, não será suficiente. O grupo quer controlar ministérios como Saúde e Integração, conhecidos escoadouros de emendas parlamentares. Lula resiste. Nas negociações, auxiliares do presidente tem acenado com a seguinte proposta: mudanças pontuais agora e, mais à frente, uma reorganização ampla, mais ao feitio dos parlamentares. Os congressistas não parecem muito dispostos até agora a fechar acordo com base num cheque pré-datado, diz Daniel Pereira, da Veja.