O presidente Lula da Silva (PT) disse nesta segunda-feira (18) que o último ano foi de “recuperação”, que sabe que ainda falta muito a fazer naquilo que se comprometeu durante a campanha eleitoral e renovou críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro. As declarações de Lula foram feitas na abertura de sua primeira reunião ministerial do ano. O encontro ocorre diante de uma queda nos índices de popularidade do governo, registradas em pesquisas divulgadas nas últimas semanas.
“Todo mundo aqui sabe que recuperar uma coisa estragada é mais difícil do que começar uma coisa nova. Todo mundo sabe a quantidade de obras em cada área que vocês pegaram, sobretudo na Saúde”, disse o presidente ao seu time. “Foi um trabalho hercúleo para recuperar tudo isso”, continuou.
O discurso de Lula não deixou de vir com uma série de críticas à gestão anterior. “Ele (Bolsonaro) nunca se preocupou em governar esse país, ele nunca se preocupou com economia, ele nunca se preocupou com políticas de inclusão social, ele se preocupa em estimular o ódio entre as pessoas, estimular a mentira nesse país”, afirmou.
Lula citou inclusive os recentes avanços nas investigações contra Bolsonaro no que diz respeito à tentativa de golpe de Estado. “Hoje, a gente tem clareza por depoimento de gente que fazia parte do governo dele, ou que estava no comando inclusive das próprias Forças Armadas, de gente que foi convidado pelo ex-presidente para fazer um golpe”, disse.
“Se há três meses atrás, quando a gente falava em golpe parecia apenas insinuação, hoje nós temos certeza que esse país correu sério risco de ter um golpe em função das eleições de 2022”.
Lula avaliou que um golpe não ocorreu apenas por uma falta de adesão das Forças Armadas, mas também porque o ex-presidente é um “covardão”. “Ele não teve coragem de executar aquilo que planejou, ele ficou dentro de casa aqui no Palácio chorando quase que um mês e preferiu fugir para os Estados Unidos do que fazer aquilo que ele tinha prometido”, disse Lula.
Sobre os ministérios, o presidente falou em trabalhar para repor o dinheiro das pastas para que o País possa crescer nos próximos anos. “Vamos ter que fazer trabalho imenso para repor dinheiro em ministérios”, disse.