O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT à Presidência da República, admitiu neste domingo (9), durante entrevista na cidade de Belo Horizonte, que já duvidou de pesquisas eleitorais de intenção de votos.
— A maior derrota minha foi em 1982. Terminei um comício no Pacaembu e tinha tanta gente. Eu era o quarto colocado na pesquisa, mas eu não acreditava em pesquisa. Porque candidato não acredita em pesquisa que ele perde, só nas que ele ganha. Não sei quem chegou com o jornal O Estado de São Paulo dizendo ‘Lula, 10,37%’. Eu xinguei o jornal, xinguei a mãe do jornal, a avó. ‘Jornal mentiroso, de direita, fascista’. E não é que tive 10% mesmo — declarou.
Lula reforçou que, a partir dali, passou a levar a sério as pesquisas eleitorais. Apesar de não serem “definitivas”, disse, é preciso saber “a seriedade e o critério com que são feitas”.
— A pesquisa não existe para se sentir derrotado ou vencedor antes, mas para fazer uma avaliação e mudar o comportamento — afirmou.
Lula afirmou que esta é uma campanha eleitoral diferente de todas que já participou, contra um candidato que é “campeão de fakenews”. E que a militância do PT precisará trabalhar dobrado.
— É uma campanha renhida, mais moralizada, com adversário mais teimoso e mais tinhoso, que não faz sacrifício para contar mentira, não tem compromisso com a verde — disse. — Agora é 24 horas por dia, todo santo dia. Porque não só temos de trabalhar coisa construtiva quanto ficar desmontando mentiras. É quase dois exércitos que temos de montar.
Após a entrevista, o petista fará uma caminhada na região central de Belo Horizonte ao lado da presidente do partido, Gleisi Hoffmann. A concentração será na Praça da Liberdade e os apoiadores seguirão até a Praça Tiradentes. É o primeiro ato do candidato à Presidência da República na capital mineira no segundo turno.