A defesa do ex-senador Luiz Estevão divulgou nota para rebater as acusações de que ele seria beneficiado com regalias dentro do Centro de Detenção Provisória da Papuda, onde está preso há mais de dois anos.
O empresário foi um dos alvos da Operação Bastilha, deflagrada no último domingo por policiais civis da Divisão de Repressão a Facções (Difac). Durante a busca, Luiz Estevão tentou descartar cinco pendrives, que foram apreendidos. Chamou a atenção dos delegados a quantidade de documentos de Estevão na biblioteca do Bloco 5: o local, segundo a Polícia Civil, funciona como um escritório pessoal do empresário. Os responsáveis pela apuração também localizaram chocolate na cela de Estevão.
Segundo a defesa do senador cassado, “é irresponsável atribuir a ele a propriedade de qualquer item encontrado na cela. Desde que Luiz Estevão foi preso, em março de 2016, outros 14 internos passaram pela cela e, ao saírem, o espaço não foi revistado em seguida”. A nota elaborada pelos advogados do ex-parlamentar preso afirmou ainda que Luiz Estevão trabalha na biblioteca e, durante esse tempo, a cela fica aberta e acessível aos outros 73 presos.
A defesa negou ainda que o chocolate seja do acusado e refutou a acusação de que os pen-drives localizados pertencem a ele. “Luiz Estevão nega serem dele os pen-drives encontrados durante a vistoria. Além disso, seriam inúteis, já que a televisão da sua cela não permite a visualização de eventual conteúdo. E não há em todo o ambiente destinado aos presos computador disponível”, argumentaram os advogados.
A defesa, entretanto, não nega que as pilhas de documentos pertençam ao ex-senador. “Referem-se a processos a que responde. Conforme decidido pela Vara de Execuções Penais (VEP), sem recurso do Ministério Público, o preso tem direito ao recebimento e à guarda dos próprios papéis”.
Por Helena Mader