A cúpula da Câmara dos Deputados, alinhada com o governo, ameaça segundo a coluna de Mônica Bergamo em levar o deputado Luis Miranda (DEM-DF) ao Conselho de Ética caso fique confirmado que ele gravou conversa com o presidente Jair Bolsonaro. Na terça-feira (29), outro parlamentar, Daniel Silveira, foi afastado do cargo por dois meses por ter gravado uma reunião de seu próprio partido, o PSL.
Miranda diz que não gravou o presidente. Isso não quer dizer, no entanto, que a conversa dele com Bolsonaro não tenha sido registrada.
“Eu não estava sozinho na sala”, afirma o parlamentar. “Estava com meu irmão [Luis Ricardo Fernandes Miranda, do Ministério da Saúde]. E não posso impedir que a pessoa ameaçada grave [uma conversa para se defender]”, diz o parlamentar.
Mas, afinal, o irmão gravou Bolsonaro? “Se fosse eu, gravaria”, responde Miranda —sem confirmar se isso de fato ocorreu.
Na semana passada, Miranda foi à CPI da Covid com seu irmão, o servidor Luis Ricardo Fernandes Miranda, para denunciar um esquema irregular na aquisição da vacina Covaxin pelo Ministério da Saúde.
Os dois levaram a crise para dentro do Palácio do Planalto ao revelar que informaram o presidente Jair Bolsonaro sobre a existência de um possível esquema para a importação do imunizante. E agora Bolsonaro está sendo denunciado ao Supremo Tribunal Federal (STF) por senadores por prevaricação.