A Lufthansa e a Air France-KLM podem protagonizar mais uma disputa pelo controle de uma grande companhia aérea europeia. Depois de enviarem propostas pela ITA Airways, os dois grupos são cotados como favoritos na reprivatização da TAP Air Portugal, afirma o jornal Expresso.
Segundo a publicação, o governo de Portugal pretende acelerar o avenda da empresa a fim de concluir o processo no primeiro semestre de 2023.
O grupo IAG, que controla a British Airways e a Iberia, entre outras empresas, teria mostrado interesse pela TAP, mas sua proposta tem poucas chances de agradar o governo já que uma das condições é a manutenção do hub de Lisboa – a Iberia concorre pelos voos com seu hub em Madri.
A Air France, em conjunto com a KLM, e a Lufthansa seriam candidatas a assumir parte da TAP (u278)
A gestão do Ministro das Infraestruturas português, Pedro Nuno Santos, ainda avalia se serão oferecidos 50% das ações ou a quase totalidade delas.
Terceira privatização a caminho
A venda do controle da TAP para grupos privados ocorre pouco mais de dois anos após o governo português reestatizar a companhia aérea.
Fundada em 1945, a TAP (Transportes Aéreos Portugueses) nasceu como uma empresa estatal, mas acabou privatizada em 1953. Em 1975, após a Revolução dos Cravos, que colocou um governo de esquerda no poder, a TAP foi nacionalizada pela primeira vez.
No entanto, a grave crise financeira pela qual passou Portugal no início da década passada culminou com a venda de várias empresas estatais para justificar uma ajuda financeira do FMI e da União Europeia, entre elas a TAP.
Em 2015, após um longo processo, a companhia aérea teve 61% do seu capital vendido para o consórcio Atlantic Gateway formado pelos empresários David Neeleman e Humberto Pedrosa.
No mesmo ano, um novo governo socialista decidiu retomar o controle da empresa e aos poucos adquiriu a participação dos sócios privados.
Atualmente, a TAP enfrenta enormes prejuízos, embora tenha ampliado o transporte de passageiros nos últimos meses graças ao reaquecimento dos voos internacionais.