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sábado 19 de novembro de 2022 às 06:57h

Luciano Bivar tem reuniões com Lira e Gleisi e discute condições para levar União Brasil para base de Lula

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O presidente do União Brasil, Luciano Bivar (PE), teve uma série de reuniões nesta semana para definir de que lado seu partido estará a partir de 2023. Na mais importante delas, na quarta-feira (16), conversou com a presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), com quem negocia o ingresso na base do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele também esteve com o presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL), que vai disputar a reeleição e é um dos nomes mais fortes do PP, partido do Centrão, pilar de apoio do governo de Jair Bolsonaro (PL).

O jornal O Globo publicou que Luciano Bivar disse a Gleisi que espera ofertas de contrapartida para fazer parte da base de Lula — o União Brasil nasceu da fusão entre DEM e PSL, duas legendas que se antagonizam ao PT. Ao tratarem da formação de um bloco para a disputa de cargos na Mesa da Câmara e em comissões em 2023, Gleisi demonstrou disposição para avaliar quais cargos poderiam ser destinados aos integrantes do União Brasil, em troca da adesão o futuro governo.

No mesmo dia, Bivar se reuniu com Artur Lira. O presidente da Câmara, embora seja aliado de Bolsonaro, vê com bons olhos a aproximação com o PT, com vistas a ter o apoio do partido do futuro presidente da República na disputa pela reeleição. Nesse encontro, porém, Bivar conversou sobre a possibilidade de União Brasil e PP. formarem uma federação, modelo de coligação que os obriga a atuar como um só partido no Congresso pelos quatro anos seguintes.

A aliados, Bivar disse que as conversas evoluíram bem. Os termos da união, porém, ainda precisam ser aprofundados. Isso porque ainda não há uma definição sobre a adesão a Lula por correntes de ambas as siglas. A depender do cenário nos próximos meses, o presidente do União Brasil pode facilitar o flerte entre PT e Lira. Bivar relatou a pessoas de sua confiança que estaria disposto a deixar para depois a sua intenção de disputar a presidência da Câmara. Assim, Lira teria mais um aliado importante para o projeto de recondução à cadeira.

As eleições para a Câmara ocorrerão em fevereiro. Na semana passada, Lula fez questão de dizer publicamente que não iria se intrometer na disputa. A intenção foi reforçada por petistas, mesmo com a admissão de que Lira é rejeitado por parte da sigla. O deputado do PP foi um dos principais apoiadores da campanha à reeleição de Jair Bolsonaro.

No PT, também há parlamentares dispostos a trabalhar pela recondução de Lira. O líder do partido na Câmara, Reginaldo Lopes (PT-MG), por exemplo, já iniciou o movimento para debater o assunto internamente. Um eventual apoio do PT a Lira, ou até mesmo a neutralidade na disputa, poderia facilitar o ingresso de PP e União Brasil na base de Lula. Hoje, no partido do presidente da Câmara, o principal obstáculo para a adesão é a posição de ministros de Bolsonaro, como o chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira.

Caso União e PP, que possuem 59 e 47 deputados, formem uma federação, a maior bancada da Câmara seria da dupla, que teria a obrigação de atuar em conjunto por pelo menos quatro anos.

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