O governo britânico prometeu trabalhar para ajudar na crise humanitária e contra a “ameaça à democracia” na Venezuela, ao receber nesta terça-feira o líder da oposição venezuelana Juan Guaidó, reconhecido como presidente encarregado por cerca de cinquenta países.
Depois de viajar para a Colômbia burlando a proibição de deixar seu país, Guaidó chegou a Londres nesta terça-feira para uma reunião com o ministro das Relações Exteriores Dominic Raab e o primeiro-ministro Boris Johnson.
Declarando-se “horrorizado e preocupado com o que está acontecendo na Venezuela, com a crise humanitária e com as violações dos direitos humanos”, Raab prometeu a Guaidó “trabalhar com todos os parceiros europeus para garantir que sejam prestadas contas por isso”.
A Venezuela se tornou em 2017 o primeiro país latino-americano a sofrer sanções por parte da União Europeia que, desde então, impôs um embargo de armas, bem como sanções contra 25 autoridades venezuelanas pela “deterioração do Estado de Direito, da democracia e dos direitos humanos”.
Desde a sua ratificação em 5 de janeiro como chefe do Parlamento, posição em que foi proclamado presidente interino da Venezuela em 23 de janeiro de 2019, Guaidó tenta lançar uma nova ofensiva contra o governo de Nicolás Maduro.
“Hoje a Venezuela está trabalhando, lutando por uma transição para a democracia”, disse ele às câmeras de televisão no início do encontro com Raab em Londres.
“É muito importante para nós termos o reconhecimento, e também o apoio da Europa, da União Europeia e da Inglaterra”, afirmou, enfatizando seu desejo de “conseguir uma eleição livre para os venezuelanos”.
Após a conversa com o ministro das Relações Exteriores da Grã-Bretanha, que “condenou o que o regime de Maduro está fazendo para ameaçar a democracia”, Guaidó terá uma reunião privada com Johnson na Downing Street, ao final da qual não são esperadas declarações à imprensa.
O Reino Unido é um dos 25 países da UE que reconheceram Guaido como presidente encarregado da Venezuela.
O bloco também o reconhece como “presidente legítimo” da Assembléia Nacional da Venezuela em sua luta com o oponente rival Luis Parra, que tem apoio chavista.
“Como nossos parceiros internacionais, acreditamos que (Guaidó) é a pessoa certa para liderar a Venezuela e tirá-la da crise atual na ausência de um presidente legitimamente eleito”, disse um porta-voz da Johnson.
Essas reuniões fazem parte de uma turnê internacional que deve levar Guaidó a Bruxelas nesta quarta-feira, onde ele planeja se reunir com o chefe da diplomacia europeia, o socialista espanhol Josep Borrell, antes de participar do fórum econômico de Davos, na Suíça.
Guaidó foi recebido com honras oficiais pelo presidente Iván Duque no domingo em Bogotá e na segunda-feira também se encontrou nesse país com o chefe da diplomacia americana, Mike Pompeo, que garantiu mais apoio de Washington para acabar com o governo Maduro, que qualificou de “tirania”.
O governo Maduro minimizou a importância dessas viagens de Guaidó.