A Americanas finalmente publicou suas demonstrações financeiras de 2022, depois de quatro adiamentos (ou oito adiamentos de balanços previstos, se a conta incluir os balancetes trimestrais de 2023).
O prejuízo da empresa no ano passado foi de R$ 12,9 bilhões (contra R$ 6,2 bilhões em 2021). Além de mostrar que em 2022 apresentou o maior vermelho de sua quase centenária história, o balanço divulgado hoje corrige o resultado anunciado em 2021. Em fevereiro de 2022, a Americanas reportou que havia tido no ano anterior um lucro de R$ 731 milhões, o que seria, se fosse verdadeiro, o maior de sua história — mas era fake. Portanto, segundo a coluna de Lauro Jardim, do O Globo, a soma dos prejuízos de 2021 e 2022 chega quase a R$ 20 bilhões.
No texto que acompanha o balanço, a Americanas afirma que foi “vítima de uma fraude sofisticada, baseada na manipulação dolosa de seus controles internos por parte de sua antiga gestão, o que tornou o refazimento de suas demonstrações financeiras extremamente desafiador”.
No fim de outubro, a Americanas anunciou o adiamento da divulgação do balanço de 2022, que estava previsto para 31 daquele mês. E prometeu que em 13 de novembro, as demonstrações financeiras do ano passado seriam publicadas. No dia 13, novo adiamento. A promessa era de que “até o dia 16” o material estaria divulgado. E acaba de ser.
A publicação desses resultados é condição obrigatória para que a empresa, em recuperação judicial, consiga fechar um acordo com seus credores.