quarta-feira 25 de dezembro de 2024
Foto: Reprodução
Home / NOTÍCIAS / Loja de armas na Grande SP recebe licença para vender fuzis do Exército
sexta-feira 23 de outubro de 2020 às 10:27h

Loja de armas na Grande SP recebe licença para vender fuzis do Exército

NOTÍCIAS


“E aí? Vai perder a oportunidade? As entregas já começaram”, diz o anúncio postado no dia 9 de outubro pela Isa, tradicional loja que existe há 30 anos em São Caetano do Sul, na Grande São Paulo.

O que torna a propaganda peculiar são os produtos em oferta: fuzis do Exército, cuja venda acaba de ser facilitada pelo governo de Jair Bolsonaro.

Licença para loja na Grande SP vender fuzis do Exército é marco para lobby das armas – Saída pela direita
Foto: Reprodução

Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, A loja é a revendedora no estado de São Paulo da Imbel (Indústria de Material Bélico do Brasil), empresa de produção de armas vinculada ao Exército. A estatal, criada em 1975 pelo regime militar, vende pistolas, fuzis, carabinas, munição e outros produtos.

É uma rara concorrente da gaúcha Taurus, que praticamente monopoliza o mercado brasileiro de armas. Mas a Imbel corre num nicho próprio. Seu grande diferencial é ser a fornecedora de armamento para as Forças Armadas e agentes de segurança.

Ao longo do ano passado, uma série de decretos de Bolsonaro mudou a classificação de alguns calibres e tipos de armas, o que facilitou que sejam adquiridos.

A Isa, desde o início de outubro, é a primeira loja autorizada pela Imbel a vender dois modelos muito cobiçados por quem atira: fuzis e carabinas, nos calibres 5.56 e 7.62.

O grande chamariz é o ParaFal, que agora pode ser comprado por cerca de R$ 12.900. “Quem serviu o Exército usou essa arma, então muitos são apaixonados por ela, têm um grande saudosismo”, diz Charles Blagitz, 52, instrutor de tiro da loja.

Marinha do Brasil avalia novas versões do Fuzil Imbel IA2 - Noticias Infodefensa América

A outra novidade é a carabina IA2, que sai um pouco mais em conta, ao redor de R$ 10.000. A procura tem sido grande, afirma Blagitz. Antes dos decretos do governo federal, o carro-chefe da loja era a pistola 380, que ainda tem grande demanda.

Segundo Blagitz, os diferenciais dos produtos da Imbel são a robustez e a confiabilidade. “É ama arma nacional, com garantia nacional, assistência técnica. Atiradores esportivos gostam bastante, porque sabem que não vão ficar na mão no meio de uma competição”.

A clientela da loja é formada sobretudo por membros de forças de segurança, que têm autorização para comprar armas. São soldados, policiais e agente penitenciários que compram os produtos como pessoa física.

A facilitação do comércio de armas mais pesadas, como fuzis de uso do Exército, não significa que estarão disponíveis para todos os interessados. Ainda há a necessidade de se seguir uma série de autorizações especiais para a compra.

Mas, após essa reclassificação, a proibição total de acesso para consumidores ficou restrita às armas automáticas.

A mudança nos critérios para compra de armas faz parte de uma política do governo Bolsonaro para atender a uma de suas principais bases sociais.

 

Defensor histórico do armamento, o presidente já tentou facilitar o acesso às armas diversas vezes por meio de decretos, mas que acabaram barrados pelo STF e pelo Congresso. Ele então tem recorrido a mudanças pontuais.

Outras medida já anunciada atende aos chamados CACs (Colecionadores, Atiradores e Caçadores), dando a eles o direito de portar armas carregadas. Também houve acenos aos ruralistas, que agora podem considerar toda a propriedade como se fosse sua residência, onde a posse de armas é permitida.

Mesmo com todas as limitações, o sentimento geral dos defensores de armas é de gratidão a Bolsonaro. A própria loja Isa é um exemplo disso.

Num vídeo anunciado o início das vendas dos fuzis, um dos proprietários agradece ao presidente pela possibilidade. No início de outubro, a loja mostra com orgulho a visita do secretário de Assuntos Fundiários do Ministério da Agricultura, Nabhan Garcia, antigo opositor dos sem-terra, ao lado de outros funcionários do governo. “Pensa em um time de peso”, diz o post.

Com o clima favorável ao armamento, os registros de armas de fogo no Brasil têm crescido expressivamente no Brasil. Para Blagitz, ainda há muito o que fazer: liberar a entrada de fabricantes estrangeiras, por exemplo, ajudaria a trazer novas tecnologias para o país, além de dar um choque modernizador para a indústria nacional.

Mais importante, acredita, é preciso atualizar a legislação. “Nossas restrições são da era Getulio Vargas, tem que renovar”, diz.

Para ele, as pessoas querem ter armas em casa, para sua proteção. “Tem que ter equilíbrio, o brasileiro precisa ter direito à escolha. Todo mundo é adulto. Você não pode ser tutelado, o Estado não pode decidir o que você quer fazer, o que vai comer. As pessoas querem exercer seus direitos”, afirma.

Veja também

Rei Charles, Kate Middleton e William vão a missa de Natal; Andrew não comparece

O rei Charles III, do Reino Unido, e outros integrantes da família real compareceram a …

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

error: Content is protected !!