“Tchau, Querida: O Diário do Impeachment” será lançado no sábado (17)
Um episódio narrado pelo ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, em seu livro “Tchau, querida”, mostra por que o impeachment de Bolsonaro não avança no Congresso. Cunha detalha um jantar que teve em Nova York, em 2016, para angariar apoio de lideranças do PP e do PR, que até então eram base do governo Dilma. Seu objetivo era conforme a coluna de Bela Megale, que as legendas se posicionassem pela abertura do processo de impedimento da então presidente.
A frase que marcou aquela noite foi dita segundo a coluna pelo presidente do PP, o senador Ciro Nogueira, que tinha apoiado a reeleição de Dilma em 2014.
“Não se tira presidente, se coloca presidente”, afirmou Nogueira. A frase, segundo Cunha, foi “a senha” que sintetizou a aprovação do impeachment.
O senador do PP deixou claro que apoiaria o impedimento de Dilma se o então vice-presidente, Michel Temer, aceitasse fazer a composição com o Congresso para atender as condições políticas colocadas pelas suas lideranças. O ex-deputado descreve esse encontro como o “início da reviravolta no processo de impeachment por parte do PP e do PR”.
Hoje, Ciro Nogueira segue tão próximo do presidente Bolsonaro que ganhou até o apelido de “05”, ou seja, o filho mais velho de Bolsonaro. E o Centrão, que tem Nogueira entre suas principais lideranças, está fechado com Bolsonaro – pelo menos até o momento –, o que garante sua blindagem do impeachment.
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