O governo de São Paulo revelou na última sexta-feira (2) o lançamento do projeto do túnel imerso Santos-Guarujá, que será executado por meio de uma parceria público-privada (PPP) e terá um investimento total de R$ 5,9 bilhões, com a colaboração do governo federal. O anúncio foi feito durante a celebração dos 132 anos do Porto de Santos, com a presença do presidente Lula da Silva (PT) e do governador Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos).
Inserido no Programa de Parcerias de Investimentos do estado de São Paulo (PPI-SP) e alinhado com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o projeto contempla um aporte público de R$ 5,1 bilhões, dividido igualmente entre o governo estadual e a União, além da participação do setor privado. O túnel imerso do litoral paulista será pioneiro na América Latina e teve seu projeto concebido durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), quando o atual governador paulista ocupava o cargo de ministro da Infraestrutura.
A proposta visa estabelecer uma ligação subaquática entre os municípios de Santos e Guarujá, com uma extensão total de 1,5 km, através de um túnel imerso com 870 metros, localizado sob o canal portuário, a uma profundidade de 21 metros. A infraestrutura também conectará as regiões de Outeirinhos e Macuco, em Santos, ao bairro Vicente de Carvalho, em Guarujá. O projeto inclui uma ciclovia, passagem para pedestres e três faixas de rolamento em cada sentido, uma delas adaptável para o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). O túnel será composto por seis módulos de concreto pré-moldado, construídos em uma doca seca e transportados flutuando até o local, onde serão imersos, encaixados e fixados para completar a estrutura.
De acordo com informações divulgadas pelo governo de São Paulo, o túnel proporcionará uma redução de aproximadamente 50 minutos no tempo de deslocamento entre as duas cidades, aliviando a Rodovia Cônego Domênico Rangoni (SP-055) e liberando o canal do porto para uso prioritário de navios de carga e de passageiros.
Diariamente, cerca de 28 mil usuários do sistema de catraias e balsas serão beneficiados, com uma estimativa de redução de 70% na demanda da balsa da Ponta da Praia. Além disso, o túnel garantirá um acesso mais rápido de caminhões aos dois terminais portuários, resultando em uma redução de 53% na emissão veicular de dióxido de carbono.