Em duas reuniões com empresários em São Paulo, os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), receberam um alerta segundo o portal G1 de que a crise sanitária vai piorar em abril e discutiram com representantes de hospitais do setor privado a aprovação de um projeto de lei para aumentar o número de leitos disponíveis para tratamento da Covid-19.
Os encontros foram organizados pelo presidente da Câmara. Lira prometeu negociar em Brasília com o governo federal um projeto de lei que estimularia os hospitais privados a destinarem mais leitos de Unidades de terapia intensiva (UTI) para tratamento da Covid-19.
A ideia apresentada por Lira é que os hospitais privados possam deduzir do pagamento do Imposto de Renda do próximo ano os custos investidos nos leitos para tratamento de pessoas que contraíram a Covid-19. Segundo o presidente da Câmara, a medida seria aplicada em caráter excepcional em 2021 para auxiliar no enfrentamento da crise sanitária, que se agravou neste momento.
Atualmente, alguns hospitais da rede privada têm disponibilidade de leitos, mas alegam que o custo para o tratamento da Covid-19 é muito elevado e que teriam prejuízo.
Uma das reuniões foi realizada com representantes de hospitais privados e planos de saúde, como Albert Einstein, Sírio-Libanês, Amil e Dasa. Na ocasião, Lira e Pacheco foram alertados de que a crise vai piorar em abril, de que há risco de falta de medicamentos para intubação e oxigênio, e de que há necessidade de aumentar o número de leitos de UTIs nos próximos meses.
O outro encontro foi com empresários e banqueiros, entre eles, Abílio Diniz e Luiz Carlos Trabuco. Nas reuniões, os dois comandantes do Congresso ouviram reclamações da falta de coordenação nacional por parte do governo federal para enfrentar a crise sanitária.
Lira e Pacheco disseram que estão abertos a discutir medidas dentro do Congresso Nacional, citando o projeto já aprovado e sancionado que facilita a compra de vacinas. No entanto, os presidentes disseram que não podem substituir o governo federal, que deveria estar fazendo todo o trabalho de coordenação nacional de enfrentamento da Covid-19. Neste ponto, empresários criticaram o presidente Jair Bolsonaro e sua postura em relação à pandemia.