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segunda-feira 25 de novembro de 2024 às 17:58h

Lira discutirá com bancada ruralista projeto da reciprocidade ambiental após Carrefour vetar carne do Mercosul

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O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), deve participar da reunião-almoço da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) desta terça-feira (26) para discutir segundo Raphael Di Cunto, do jornal Valor, o projeto de lei da “Reciprocidade Ambiental” após o Carrefour divulgar que não comprará mais carnes produzidas em países do Mercosul, entre eles o Brasil, para vender em seus supermercados na França.

A participação na tradicional reunião da bancada ruralistas às terças-feiras foi divulgada pela própria frente parlamentar, que pressiona por uma reação à declaração do CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, de que a empresa não comercializará carne do bloco comercial em suas unidades na França.

Lira criticou nesta segunda-feira, durante evento em São Paulo, o protecionismo da empresa e afirmou que pautará o projeto. “Não é possível que o CEO de um grupo importante como Carrefour não se retrate de uma declaração de praticamente não contratar as proteínas animais advindas e oriundas da América do Sul”, afirmou.

Agricultores e pecuaristas franceses protestam contra a assinatura do acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia, que ainda precisa ser ratificado entre os países do bloco. Os franceses alegam que a produção no Brasil não atende a critérios tão rígidos quanto os deles na questão ambiental e que perderão mercado.

Há dois projetos sobre a reciprocidade ambiental em discussão no Congresso. Um está sob a relatoria da senadora Tereza Cristina (PP-MT) na Comissão de Meio Ambiente do Senado e outro foi apresentado pelo deputado Tião Medeiros (PP-PR) na Câmara em abril. Ambos proíbem que o Brasil proponha ou assine acordos internacionais em que o país seja exigido a adotar medidas mais duras na área ambiental do que as cumpridas pelos demais signatários.

O projeto é visto com ressalvas pela diplomacia brasileira porque tem como pano de fundo a realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas em 2025 (COP30), em Belém, quando o governo Lula (PT) pretende dar destaque para a agenda ambiental do país.

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