Pelo menos cinco líderes partidários confirmaram presença na reunião com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), nesta terça-feira (9), pela manhã, para discutir a tramitação da medida provisória (MP) do governo que reonera a folha de pagamento de 17 setores da economia intensivos em mão de obra. Alguns parlamentares defendem a devolução da matéria por ofício.
Deverão participar do encontro desta manhã os líderes Carlos Portinho (RJ), do PL, Tereza Cristina (MS), do PP, Efraim Filho (PB), do União Brasil, Izalci Lucas (DF), do PSDB, Jorge Kajuru (PSB-GO), vice do governo no Senado, e Randolfe Rodrigues (PT-AP), líder do governo no Congresso, conforme Julia Lindner e Caetano Tonet, do jornal Valor.
Integrantes de legendas como MDB, PSD e PT, que fazem parte da base aliada do governo, ficarão de fora do encontro. Eles alegam ter outros compromissos em função do recesso parlamentar. Pacheco garantiu que vai consultá-los por telefone antes de tomar uma decisão.
Aliados do governo dizem estar muito empenhados na articulação para evitar a devolução da MP, algo que é visto como o pior cenário do ponto de vista político. Em conversas reservadas, até mesmo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez o apelo a Pacheco. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem conversado constantemente com o presidente do Senado.
Governistas defendem que os parlamentares aceitem ao menos negociar pontos da MP, ao invés de devolvê-la. O texto só começa a vigorar a partir de abril, quando passa a ter vigência por 120 dias. Se não for aprovada nesse prazo, a medida “caduca”, ou seja, perde validade.
A matéria é vista como a última etapa do ajuste fiscal planejado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mas enfrenta forte resistência por poder impactar os setores envolvidos e gerar demissões.
Além disso, os congressistas viram a MP como uma afronta ao Parlamento, considerando que deputados e senadores derrubaram o veto do presidente Lula ao projeto que prorrogou a desoneração da folha até 2027.